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Rota de aventura pede cuidado redobrado

Acidente com turista brasileira no Vale do Colca, no Peru, desperta atenção para planejamento de viagem em lugares de difícil acesso que exigem maior preparo físico

Carol Botelho
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Carol Botelho
Publicado em 02/08/2012 às 18:20
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Semana passada, uma estudante paulista de 24 anos morreu ao cair de uma mula, no Vale do Colca, uma região a 4.300 metros de altitude, próxima a cidade de Arequipa, no Peru. O lugar é muito procurado por quem costuma fazer trekking.

A notícia suscitou o debate sobre a segurança no segmento de turismo de aventura. Para alguns especialistas, o acidente não foi somente uma fatalidade. “As mulas costumam transportar apenas os pertences dos viajantes, e não eles próprios. Os animais podem reagir inesperadamente”, diz o proprietário da empresa Tribo da Trilha, Kelson Rodrigues. Para ele, a estudante não deveria nem ter se aventurado, já que era asmática e, segundo amigos dela, não tinha preparo físico para esse tipo de exercício.

Turismo de aventura é uma atividade com regras previstas na norma 15.331 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que contém os requisitos de segurança para realização das práticas. Mas apesar de a agência ser responsável por zelar pela segurança do turista, é importante que ele tenha discernimento sobre o que é ou não capaz de fazer.

Para quem está pensando em encarar uma viagem dessas, é bom se preparar. Estar habituado a exercícios físicos e com a saúde em dia são requisitos primordiais. “Muitas vezes as pessoas querem tanto fazer a trilha que omitem o grau de condicionamento físico. Em locais de difícil acesso e de grandes altitudes, esse tipo de conduta pode gerar muitos contratempos na viagem”, explica Heloísa Helena, da agência Retirantes Urbanos.

E se o viajante vai encarar uma trilha pesada como as de longo percurso e ainda de altitude, onde o ar rarefeito cansa muito mais, o ideal é procurar um personal trainer. “É importante ainda fazer uma pesquisa sobre o lugar para onde está indo”, diz a proprietária da Amigos da Trilha, Karina Galindo.

AVENTURA
Por mais que estejam preparados, sempre há surpresas. O professor Garibaldi Perrusi, 46 anos, fez uma viagem a pé, de Olinda até São Paulo, em três meses de caminhada, a princípio somente pela praia. Até começar o percurso, ele e mais dois amigos pesquisaram e estudaram as cartas topográficas do trecho. “Mas as distâncias não eram muito precisas, nem foi possível prever todos os rios que tivemos que atravessar. Em alguns deles, tivemos que contornar pela estrada”, conta Garibaldi.

Para não passar por dificuldades na escalaminhada (mistura de escalada com caminhada) para a Pedra do Cachorro, em São Caetano, o gráfico Marcondes Pontes, 41, não descuidou do equipamento, da alimentação e do vestuário adequado. “No local, fazia calor de dia e frio à noite”, conta.

Em lugares de difícil acesso, um filtro para água é imprescindível, como conta a economista Cláudia Toscano, 47. Há dois anos, ela foi para Machu Picchu, no Peru, e percorreu 3.600 metros de altitude. “A água lá em cima não é boa para consumo, e não tem onde comprar. Quem não levou o filtro tinha a opção de colocar cloro na água que encontramos pelo caminho. Mas muita gente não soube dosar a quantidade certa e teve problemas intestinais”, relata Cláudia. Mas nada desanima quem sai atrás justamente do encontro com o imprevisível.

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