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Compras coletivas se profissionalizam

Ofertas foram diversificadas, com destaque para turismo, e usuário está mais criterioso. Frequência de compra é 22,5% maior que do e-commerce convencional, diz pesquisa TG.net

Renato Mota
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Renato Mota
Publicado em 19/10/2011 às 8:39
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Em 2010, quando os sites de compras coletivas começaram a bombar, muita gente fez previsões sobre o futuro desse modelo de negócios. Alguns disseram que só cresceria, com espaço para todos. Já para outros, depois da empolgação inicial, o mercado esfriaria, ficando somente os maiores players. Pouco mais de um ano depois, o que mudou?

De acordo com a pesquisa TG.net, do Ibope Media, mais da metade dos internautas brasileiros se inscreveram em sites de compras coletivas. O levantamento foi realizado entre maio e junho passados, com 2.900 pessoas de diversos Estados. Destas, 42% afirmaram que efetivaram alguma compra, seja de produtos, seja de serviços.

Ainda de acordo com o estudo, os internautas gastam cerca de R$ 110 por mês. Esse valor é bem próximo ao da média do e-commerce tradicional, porém com uma frequência 22,5% superior. A informação bate com o depoimento do sócio-fundador do Peixe Urbano, Emerson Andrade. "Nosso maior faturamento foi agora em agosto, e antes disso em julho passado. Estamos crescendo a cada mês", afirma. A empresa vendeu mais de 300 mil cupons apenas no Recife e diz ter gerado uma economia de mais de R$ 30 milhões. O Peixe Urbano atua em mais de 70 cidades do Brasil, Argentina e México, com 13 milhões de usuários cadastrados. "Um tipo de oferta que não tínhamos no começo que hoje se mostra muito desejada é no setor de turismo. Descontos em hotéis e pacotes, além de promoções para restaurantes em outras cidades têm interessado muito os usuários", conta Andrade.

O sócio-fundador do SaveMe (um agregador de sites de compras coletivas), Heitor Chaves, reitera esse novo nicho que vem sendo atendido pelas empresas. "Em pouco mais de um ano o mercado já evoluiu muito. Os sites possuem hoje muito mais ofertas, que ficam no ar por mais tempo. Turismo, beleza, saúde, produtos, são muitos os novos tipos de promoções que são oferecidas", conta. O mesmo vem acontecendo com algumas empresas em âmbito regional.

O site pernambucano Regateio, que comemora este mês um ano de atividade, conta com ofertas para as cidades de 16 Estados brasileiros. "Temos observado uma mudança de comportamento do próprio cliente neste tempo, que deixou de comprar por impulso para usar o site de compras coletivas como um shopping de ofertas, escolhendo bem cada compra", explica o diretor comercial do Regateio, Felipe Batista. Essa alternância no perfil das compras acaba sendo vantajosa também para os parceiros. "Um hotel, por exemplo, possui um gasto fixo. Ele consegue lotar seus quartos numa baixa temporada, mesmo com uma margem de lucro menor", completa Batista.

Mesmo quem já saiu do mercado vê o setor com bons olhos. Leonardo Monteiro, que em dezembro criou o site DonaBanca, mas encerrou suas atividades em julho, culpa a falta de experiência e de investimentos. "O problema é que algumas pessoas não dominam bem o modelo de negócios e querem ter lucro rápido. Nós desenvolvemos o site mas não tínhamos conhecimento de mercado, e faltou investimento mais pesado em publicidade, entre outros fatores", lembra Monteiro.

Para a diretora executiva da Le Fil Comunicação, Socorro Macedo, não conhecer o público é o maior erro de quem teve que sair do setor. "As que conseguem se manter, são mais eficientes, entendem as necessidades dos clientes e são inovadoras dentro do segmento. Dessa forma, os sites de compras coletivas precisam estar atentos ao modelo de negócio estabelecido com os parceiros para garantir ofertas que atraiam as pessoas e seja sustentável para os dois lados e não somente para um", afirma.

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