CROWDFUNDING

Kickstarter ajudou a financiar mais de 18 mil projetos

Ao todo, usuários levantaram US$ 320 milhões no ano passado

Do JC Online
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Publicado em 24/01/2013 às 11:12
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O chamado crowdfunding mudou a forma como alguns empreendedores angariam recursos para seus projetos. A possibilidade de conseguir levantar capital diretamente com o público interessado, que se torna um patrocinador e parceiro da ideia, mostrou-se muito efetiva para determinados projetos que, com muita dificuldade, encontrariam apoio de outra forma. Neste universo, entre todos os sites de crowdfunding, um se destacou no cenário mundial: o Kickstarter (www.kickstarter.com). 

Desde o lançamento do serviço, em abril de 2009, mais de US$ 463 milhões foram levantados para cerca de 35 mil projetos. Desse montante, mais de US$ 320 milhões foram arrecadados só em 2012, quando foram viabilizados 18.109 projetos. A taxa de sucesso de quem aposta no Kickstarter para financiar sua ideia é de 43%.

O modelo de negócios do site é simples e não difere muito de qualquer outro sistema de crowdfunding. Você inscreve seu projeto, que pode ser de áreas como quadrinhos, dança, moda, design, cinema, música, fotografia, teatro, literatura, gastronomia e muitas outras. É preciso que o projeto tenha um objetivo bem claro, um orçamento fixado e que, ao final do financiamento, um produto seja gerado – como um álbum, livro ou espetáculo. 

Os “investidores” devem receber um retorno do dinheiro aplicado, proporcional ao valor do produto. Esse modelo, aliado à confiabilidade que o Kickstarter passou aos usuários, permitiu que projetos mais ambiciosos (com orçamentos que ultrapassam das dezenas de milhares de dólares) obtivessem espaço. O site se tornou, assim, um bom lugar para se buscar patrocínio em áreas que demandam um grande investimento em capital, como tecnologia.

Nesses quase quatro anos, dos 1.735 projetos relacionados ao setor, 544 conseguiram ver a luz do dia, arrecadando aproximadamente US$ 32 milhões. A taxa de sucesso é abaixo da média (33%), mas isso tem mais a ver com a adesão das pessoas aos planos apresentados do que com o interesse em se investir em inovação. 

O pessoal da Formlabs, de Cambridge (EUA), por exemplo, pediu US$ 100 mil para financiar o projeto deles de uma impressora 3D de baixo custo. O patrocínio começava em US$ 5 – que valia um “high five” virtual e uma miniatura da impressora – e ia até US$ 10 mil, que comprava também um jantar com o time de desenvolvedores. Mas com US$ 2.299, você podia ajudar a equipe e levar o produto no final. Mais de 2 mil pessoas apostaram no projeto, que arrecadou US$ 2,8 milhões.

Já o pessoal da Oculus, de Long Beach (EUA), desenvolveu uns óculos de realidade virtual para gamers, o Rift, e pediu US$ 250 mil para torná-lo real. Aos doadores mais modestos, distribuiu camisetas. Aos mais mão abertas, prometeu o produto finalizado. Nove mil doações depois, a Oculus está no Kickstarter com US$ 2,4 milhões para trabalhar. E os chineses da Makeblock? Pediram US$ 30 mil para lançar o projeto deles, uma plataforma de alumínio para servir de base para construção de robôs e brinquedos – semelhante ao projeto de robótica da Lego. Depois de 609 doações, aumentaram o orçamento em 618%. Agora, contam com US$ 185 mil para desenvolver suas ideias.

JOGOS

Se o cenário tem sido positivo para inovação, quem desenvolve games encontrou no Kickstarter o ambiente ideal para tirar seus projetos do papel. Mais de 4 mil projetos foram apresentados, com US$ 81 milhões arrecadados, numa taxa de sucesso de 33% dos investimentos. Mais de 200 ainda estão em busca de doadores e já levantaram mais de US$ 2,4 milhões nessa espera. 

E não estamos falando só de pequenos desenvolvedores de garagem em busca do sonho de entrar na indústria. Nesse meio, estão incluídos também grandes players do setor, que viram no crowdfunding a oportunidade de criar projetos autorais.

O maior exemplo de 2012 veio da Double Fine, de São Francisco (EUA). A empresa foi criada em 2000 pelo gênio Tim Schafer (criador de clássicos como Day of the tentacle, Full throttle e grim fandango). A desenvolvedora vinha se dando bem na indústria de jogos, lançando títulos como Psychonauts e Brutal legend

Mas os fãs queriam que Schafer voltasse a produzir os adorados adventures point‘n’click dos anos 1990. “Se vocês pagarem, eu faço”, disse. Ele pediu US$ 400 mil. Em oito horas, foi atendido. Ao fim do período de doações, arrecadou US$ 3,3 milhões. 

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