Para as startups no Brasil, o cenário é promissor, mas muitas melhorias precisam ser feitas. A conclusão é resultado da mesa-redonda Startupmania: Mitos, Verdades e Exageros, que ocorreu até as 12h30 no palco principal da Campus Party, no Chevrolet Hall. Todos os cinco participantes concordaram que é preciso desenvolver melhor o ecossistema de startups e que o Brasil tem grande potencial por ainda sofrer com diversos problemas sociais. “O País é um campo fértil para soluções, mais promissor que vários países desenvolvidos do exterior”, disse o COO da Startup Brasil, Felipe Matos.
Além de Felipe, fizeram parte da mesa o jornalista Diego Remus (mediador); o coordenador da carteira de projetos de economia criativa do Sebrae, Márcio Brito; o empresário Leonardo (Leo) Uchoa, que atua no desenvolvimento de ecossistemas de startups; e o professor Eiran Simis, do Cesar.
Em clima descontraído, os debatedores subiram ao palco com a proposta de fazer com que as pessoas colocassem os “pés no chão” acerca do mercado de startup. Os presentes foram unânimes em afirmar o potencial do empreendedor brasileiro. “Somos, por exemplo, mais desenrolados que os alemães ou os chineses. Priorizamos mais a inovação que os asiáticos”, citou Diego Remus.
Mas alguns pontos importantes precisam ser aprimorados. “A maior parte dos que decidem abrir uma start up e desenvolver uma solução peca por focar apenas em um aspecto da questão. Ou é muito concentrado na parte de negócios e não escreve uma linha de programação ou tem o produto pronto, mas não sabe como vender. É preciso investir equilibradamente nas partes técnicas e de gestão”, explicou Felipe Matos.
Além disso, o empreendedor brasileiro ainda não se prepara bem para atuar no exterior. “Estive na Canton Fair (feira multissetorial chinesa) e vi que o brasileiro mal sabe falar inglês, ainda precisa aprender a negociar melhor”, pontua Leo Uchoa.
Além disso, o País ainda não conta com boa tributação. “Muitas melhorias foram feitas nos últimos cinco ou seis anos, mas ainda falta muito. Para fechar uma empresa, por exemplo, é muito burocrático”, afirmou Márcio Brito. Apesar disso, a burocracia não é o principal calo de quem abre uma startup hoje. “O dia a dia é mais trabalhoso. Captar cliente, pensar em modelo de negócio, esses processos”, completa Felipe Ramos.
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