Imagine começar uma empresa com a proposta de lucrar para resolver um problema social. Esse é o cerne dos negócios sociais, um tipo de empreendimento ainda incipiente no Brasil, mas que tem potencial. "Vivemos em um país cheio de problemas. Cenário melhor que esse não há", diz o cofundador e country director do fundo de investimento, incubadora e consultoria Yunus Negócios Sociais Brasil. Sobre o assunto, ele dialogou com o professor Edgard Barki, da Fundação Getúlio Vargas no palco principal da Campus Party.
"O negócio social tem por objetivo lucrar e fazer a diferença", resume Barki. É um modelo capitalista direcionado a soluções sociais. A empresa começa como qualquer outra e é diferente dos empreendimentos que possuem responsabilidade social. "Responsabilidade social é um apêndice das empresas para agir no seu entorno. É uma obrigação delas. Mas nos negócios sociais, solucionar problemas da população é a essência", explica Rogério.
Startups possuem grande potencial para se tornarem negócios sociais. Isso porque a decisão de fazer a diferença no ambiente em que se vive deve ser tomada quando se abre a empresa. "É muito difícil fazer uma empresa criada apenas para lucrar mudar seu foco para a ação social", completa Rogério.
É importante pontuar um fator: negócios sociais nunca vão alcançar lucratividade semelhante à das grandes empresas que obedecem ao modelo de empreendimento tradicional. "O empreendedor alcançará a independência financeira, mas não vai ficar rico. Trata-se da conciliação entre demandas sociais e de mercado, o que não permite alcançar grandes percentuais de lucro", ressalta Rogério.
Segundo Edgard e Rogério, criar uma empresa que ganha dinheiro "fazendo o bem" é uma experiência impagável. "O prazer sentido quando você vê seu negócio funcionando e ajudando as pessoas simplesmente não tem preço. A felicidade compensa todo e qualquer lucro que você poderia obter em outro lugar", finaliza Rogério Oliveira.