MOEDA VIRTUAL

Australiano revela que é o inventor do bitcoin

Para provar que criou a moeda virtual, Craig Wright apresentou chaves criptográficas que só poderiam estar nas mãos do criador do bitcoin

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Publicado em 02/05/2016 às 8:34
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Para provar que criou a moeda virtual, Craig Wright apresentou chaves criptográficas que só poderiam estar nas mãos do criador do bitcoin - FOTO: Foto: Divulgação
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Após anos de mistério e especulações, o verdadeiro criador da moeda virtual bitcoin revelou nesta segunda-feira (2) sua identidade à BBC, The Economist e à revista GQ: o empresário australiano Craig Wright.

Para provar que criou a moeda virtual, Craig Wright apresentou chaves criptográficas que só poderiam estar nas mãos do criador do bitcoin, destacou a BBC.

Há vários anos a imprensa tentava identificar as pessoas que, por trás do pseudônimo Satoshi Makamoto, conceberam em 2009 o programa que gera a moeda virtual.

"Estes são os lotes usados para enviar 10 bitcoins a Hal Finey em janeiro (de 2009), na primeira operação com bitcoins", disse Wright na primeira demonstração para os três meios de comunicação.

Finney, explicou, é um engenheiro e famoso criptógrafo que contribuiu para a criação da moeda virtual.

"Estes são os lotes usados para enviar 10 bitcoins a Hal Finey em janeiro (de 2009), na primeira operação com bitcoins", disse Wright na primeira demonstração para os três meios de comunicação.

Finney, explicou, é um engenheiro e famoso criptógrafo que contribuiu para a criação da moeda virtual.

"Sou o principal inventor (do bitcoin), mas outros me ajudaram", disse o empresário australiano que mora em Sydney.

Craig publicou em seu blog (https://www.drcraigwright.net/jean-paul-sartre-signing-significance/) informações que permitem verificar que por trás do pseudônimo Satoshi Nakamoto se escondia sua própria identidade.

Ele explicou que usou o sobrenome de Tominaga Nakamoto, um filósofo japonês do século XVII extremamente crítico do pensamento normativo de sua época e defensor da liberdade de comércio.

Uma autoria convincente

Um economista e codiretor da Fundação Bitcoin, Jon Matonis, se disse convencido da veracidade da reivindicação de autoria.

"Tive a oportunidade de examinar os dados com base em três critérios: criptográfico, social e técnico. E tenho a firme convicção de que Craig Wright cumpre com os três", disse.

Craig Wright afirmou que se sentiu forçado a revelar sua identidade para preservar as pessoas perseguidas por jornalistas desde que a revista americana Wired e o blog Gizmodo mencionaram em dezembro de 2015 seu nome como o de um possível inventor do bitcoin.

Mas o australiano negou o desejo de fama.

"Não era minha vontade revelar a identidade. Não quero ser a imagem pública de nada", disse.

"Quero continuar trabalhando, fazendo o que gosto. Não busco dinheiro. Não quero dinheiro, não quero a fama. Não quero ser adorado. Eu só quero ser deixado sozinho", insistiu.

Os bitcoins são criados ou negociados com a utilização de protocolos de software tão complexos que são considerados "criptomoeda" (cryptocurrency). As transações são processadas em servidores chamados "Bitcoin miners" e, ao contrário das moedas tradicionais, sua emissão não está administrada por nenhum banco central.

A moeda digital pode ser transferida diretamente entre smartphones ou qualquer outro tipo de dispositivo tecnológico para o pagamento em lojas "reais" ou em troca de serviços (como uma viagem de táxi por exemplo).

Os críticos afirmam que é a ferramenta predileta do tráfico e que, em sua forma atual, pode ser roubado de maneira fácil. Vários países estudam uma forma de estabelecer um marco legal para o uso.

Os primeiros bitcoins tinham cotação de poucos centavos de dólar por unidade, mas chegaram a valer 1.000 dólares em 2013. Atualmente são negociados a 460 dólares (400 euros).

Atualmente há 15 milhões de bitcoins em circulação. Alguns economistas consideram que, devido a seu número limitado, o preço tenderá a aumentar a longo prazo e que, por este motivo, será mais útil como moeda de armazenamento de valores, como o ouro, do que como instrumento cotidiano.

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