Foi-se o tempo em que pessoas com deficiência física dependiam de parentes e amigos para sair de casa. Com o avanço da tecnologia no segmento automotivo, hoje é possível transformar um carro convencional num modelo adaptado em questão de horas para que o deficiente possa dirigir e ganhar mais independência. O preço da modificação depende do veículo e do tipo de alteração, mas os serviços mais comuns variam de R$ 800 e R$ 3.800. No Recife, há poucas empresas especializadas neste trabalho.
As adaptações necessárias a cada tipo de deficiência física são determinadas por uma junta médica do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PE). As modificações mais comuns são levar os comandos ao alcance das mãos do motorista. Os controles podem ser colocados do lado que o condutor precisar. Até mesmo sem as duas pernas é possível guiar. Basta transferir os pedais de freio, acelerador e embreagem para uma alavanca próxima à mão. “Queremos a reinserção social, mas com segurança para o condutor e para os demais motoristas e pedestres”, enfatiza o oftalmologista Rubem Fontes Lima, chefe da gerência psicomédica do Detran.
O servidor público Mauro Angeiras, 66 anos, teve paralisia infantil com um ano de idade. Cresceu com dificuldade de locomoção, mas sempre buscou a independência. Ele tem carro adaptado há 28 anos, nunca sentiu dificuldade para dirigir e orgulha-se em dizer que jamais se envolveu em acidentes de trânsito. Como a adaptação não altera as características do veículo, Mauro divide o carro com a esposa, que não tem deficiência física. “A adaptação é fantástica para nós que temos deficiência porque não dependemos de ninguém. E o bom é que não tira a estética do automóvel”, conta Mauro, que dirige um Fiat Siena e um Fusquinha.
» Leia a reportagem completa no Jornal do Commercio deste domingo (17)