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Mercedes tem plano ousado para o Brasil

Montadora alemã realizou evento para o lançamento da pedra fundamental de sua nova fábrica em Iracemápolis

Renato Mota
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Renato Mota
Publicado em 07/02/2015 às 8:44
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Montadora alemã realizou evento para o lançamento da pedra fundamental de sua nova fábrica em Iracemápolis - FOTO: Divulgação
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IRACEMÁPOLIS (SP) - Em meio a um ano de incertezas, os planos da Mercedes-Benz para o Brasil são ambiciosos. A marca quer ser a líder no segmento de veículos premium até 2016, quando comemora 60 anos no País e pretende vender o seu primeiro modelo Classe C fabricado por aqui. A pedra fundamental da fábrica que produzirá esse carro foi lançada quinta-feira, em Iracemápolis (SP), em cerimônia que reuniu os principais executivos da empresa e autoridades.

“Já vivemos muitos altos e baixos nessas seis décadas. Sofremos com uma inflação de 40% ao mês e ainda assim investimos aqui. Se o País vai passar por mais um ou dois anos de dificuldades, isso não fará diferença para nosso projeto”, acredita Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO na América Latina. Na planta foram investidos mais de R$ 500 milhões, que irá produzir, a partir de fevereiro do ano que vem, o sedã Classe C e o SUV GLA, seis meses depois. Serão gerados 3 mil empregos na região, entre diretos e indiretos.

Com a nova fábrica, a Mercedes-Benz passará a produzir, na América Latina, caminhões, ônibus, vans e automóveis. “A previsão é de produzirmos 20 mil carros por ano. É um número considerável, mas totalmente factível. Hoje os modelos escolhidos já vendem bem – existe uma fila de espera de três a seis meses – e nacionalizados devem vender muito mais”, avalia Schiemer. Em 2014, a Mercedes-Benz bateu recorde de vendas de automóveis no Brasil.

No acumulado de 2014, foram emplacados 11.912 unidades, volume 25% maior do que o registrado em 2013. A fábrica paulista será também a primeira da marca a produzir modelos flex, que aceitam tanto gasolina quanto etanol. “Os veículos que rodam hoje já são preparados para a mistura do combustível brasileiro”, explica o diretor-geral de automóveis da montadora no País, Dimitris Psillakis. “Mas os novos já nascerão no Brasil bebendo etanol”, completa.

EXPANSÃO

Além da nova planta, a empresa irá investir na expansão da sua rede de concessionárias. A marca tinha 27 revendas em 2010 e saltou para 45 em 2014, com um investimento de R$ 100 milhões. “Até 2016 investiremos mais R$ 100 milhões para chegarmos a 70 concessionários em todo Brasil. Cerca de 20% dessas unidades devem estar localizadas no Nordeste”, garantiu o CEO da Mercedes-Benz. No final de janeiro, foi inaugurada uma loja em João Pessoa. 

Apesar da alta produção brasileira, a marca não exportará os veículos feitos aqui. “Não é viável. Para exportar, o País tem que ter acordo bilaterais com mercados compradores, o que não é o caso do Brasil”, explica Schiemer. Além disso, a alta carga de tributos também é inimiga das exportações. "Produtos automotivos brasileiros saem com uma carga de 8,4%. Fora os custos de logística. Atualmente, é mais barato para nós mandarmos um caminhão da Alemanha para o Chile do que a partir do Brasil. O governo tem que repensar essa política”, completa.

* O repórter viajou a convite da Mercedes-Benz.

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