Já se passou o tempo em que possuir um barco era privilégio apenas dos afortunados. Atualmente, a facilidade de financiamento tem ajudado a alavancar as vendas para a classe média, gerando desta forma um novo perfil de consumidor. Embora existam lanchas com valores superiores a 5 milhões, hoje em dia é possível comprar uma embarcação nova por um valor entre 25 e 30 mil reais, ou uma usada por R$ 20 mil.
De acordo com a SummerTag, empresa de consultoria de marketing, o crescimento expressivo da classe C tende a afetar os meios de consumo da classe A, uma vez que esse avanço significa uma maior democratização da renda brasileira, fazendo com que a classe mais abastada procure meios para diferenciar-se ainda mais do restante da população. Em consequência, o luxo acessível e intermediário tenderá a ser ainda mais alcançável, à medida que o luxo inacessível tenderá a tornar-se ainda mais seleto.
O empresário José Pinteiro Filho, diretor da Ecomariner, explica que apesar dos iates luxuosos atraírem os consumidores, são as embarcações menores que alavancam o mercado já que custam, em média, 60 mil reais, preço bem abaixo dos barcos grandes que vêm à cabeça quando se fala em mercado náutico. Estes podem aparecer na televisão e na posse de celebridades, mas representam apenas 3% do total vendido no país por isso, cada vez mais, a economia náutica deixa de vender a ideia de um mercado de posses e passa a investir na infinidade de opções de lazer e lifestyle. Ainda segundo ele, a classe média representa 30% dos consumidores do estaleiro pernambucano, posicionado como o quarto maior do país.
