CURIOSIDADE

Os carrões de Fernando Collor

Saiba um pouco mais sobre os automóveis esportivos do atual senador por Alagoas que foram apreendidos pela Polícia Federal

Sílvio Menezes
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Sílvio Menezes
Publicado em 15/07/2015 às 17:11
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A Operação Lava Jato que investiga a participação de políticos e empresários em esquemas de corrupção revelou uma das imagens de maior repercussão, anteontem, quando a Polícia Federal apreendeu carrões do ex-presidente e atual senador por Alagoas Fernando Collor. As fotos de uma Ferrari, de um Porsche e de um Lamborghini, em Brasília, bombaram nas redes sociais e no noticiário nacional. Causou indignação de muitos pelo fato de o político ter uma garagem de cinema. Culpado ou não, a verdade é que Collor nunca escondeu sua paixão por supermáquinas.

Os carrões aparecem com frequência na lista de bens do ex-presidente declarada à Justiça Eleitoral. Não é de hoje que ele é visto de Ferrari e esportivos de luxo. Dos três modelos apreendidos, terça-feira, todos são produzidos por marcas europeias. O mais simples, se é que podemos falar assim, é um Porsche Panamera 2012. Um exemplar semelhante custa na faixa de R$ 500 mil no mercado de usados. É um dos mais desejados da marca alemã e no Recife existem alguns similares.

Porsche Panamera -
Porsche Panamera -
Ferrari 458 Itália -
Lamborghini Aventador -

No caso da Ferrari a história muda de padrão. O modelo usado pelo ex-presidente é o 458 Itália ano/modelo 2010/2011. Na Tabela Fipe (usada como referência oficial de preços de veículos no País), o esportivo aparece por R$ 1,1 milhão. Apesar de pouca gente saber, em Pernambuco existem algumas. No início do ano, o JC publicou a relação dos IPVAs mais caros do Estado e seis Ferraris estavam na lista. Uma igual a de Collor pagava R$ 42.428,32 só de IPVA.

Dos carros do ex-presidente o modelo mais cobiçado por quem gosta de motores é um raro Lamborghini Aventador LP 700-4 Roadster. Dados da associação dos importadores (Abeifa) revelam que foram vendidas apenas duas unidades no País em 2014. O superesportivo de R$ 3 milhões pode acelerar de 0 aos 100km/h em 3 segundos e atingir a casa dos 350km/h. O motor tem 700 cavalos de potência (o de um modelo popular possui 80 cavalos em média). Apesar de ser para poucos, os recifenses que estiverem atentos ao trânsito podem se deparar com um Lamborghini na capital pernambucana. O Lamborghini Murcielago é mais simples e antigo. Fabricado em 2008, figura no Detran-PE com o IPVA de R$ 21.102,10. Os carros das três marcas normalmente chegam aqui por meio de importadoras do centro sul do País.

Independentemente da confusão, quem puxar pela memória vai lembrar que foi Collor o grande responsável pela melhoria da qualidade dos veículos nacionais. Nos anos 90 ele chamou os automóveis brasileiros de carroças e abriu o mercado para os estrangeiros. A concorrência chegou com força. Monza, Opala, Escort e outras máquinas daquelas, sonho de consumo de muitos, perderam espaço para os carros gringos. Hoje temos cerca de 60 marcas operando no País. E para quem não sabe, um Fiat Elba 1991 é apontado por muitos como o responsável pela queda de Collor da presidência. Isso porque a CPI que investigava o ex-presidente descobriu que o Fiat foi comprado pelo ex-tesoureiro de campanha no governo Collor PC Farias. E aí deu no que deu. Pesquisamos ontem em sites de compra e venda e vimos que um Elba ano 1991 custa na faixa de R$ 5 mil.

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