O aparelho de localização Global por Satélite (GPS) virou um grande aliado dos motoristas. Mas o equipamento que faz muita gente chegar ao destino com rapidez pode cometer algum vacilo e jogar o motorista numa enrascada. Foi o que aconteceu com a atriz pernambucana Fabiana Karla que, recentemente, teve o carro baleado ao se perder num bairro considerado de risco na cidade do Rio de Janeiro. O fato ocorreu após o sistema GPS utilizado pela atriz indicar uma rota alternativa pela área, considerada violenta. O que pouca gente sabe é que o GPS pode ser configurado para diminuir muito a exposição ao perigo.
“Não basta ter um GPS e sair rodando por aí; o aparelho precisa de atenção permanente”, explica Leonardo Moura, proprietário da InfGPS, empresa pernambucana especializada em manutenção de aparelhos de GPS. Segundo ele, para navegar com segurança o motorista precisa seguir duas regras: atualizar a base de dados do GPS regularmente e programá-lo para só mostrar rotas seguras. Base de dados são os mapas que o sistema utiliza e que inclui informações como novas vias, sinalização, sentido de tráfego e locais de interesse. As rotas seguras são aquelas com menos chances de o usuário se deparar com situações de risco.
Júlio Ribeiro, gerente de conteúdo da empresa Imagem, fornece atualizações para fabricantes de GPS. Ele afirma que bons aparelhos ou aplicativos de celular com função GPS podem ser configurados para mostrar apenas as rotas principais de uma determinada área, evitando becos, vielas ou ruas sem calçamento. “Isso evita por, exemplo, passar por áreas desabitadas”, diz o executivo. Ele explica que sistemas de GPS que dão orientação sobre rotas de trânsito em tempo real geralmente utilizam a função “caminho mais curto” quando o motorista decide escolher uma alternativa para escapar de congestionamentos. Esse “caminho mais curto” ignora ruas estreitas ou estradas de terra, o que pode ser perigoso se o motorista não conhece bem a região.
Especialistas orientam a usar a configuração “caminho mais rápido” que pode não ser o mais rápido de fato, mas será aquele que apresenta menos engarrafamentos em vias sinalizadas. Júlio chama atenção ainda para que o usuário faça a atualização dos pontos de interesse (POI) como postos de gasolina e hospitais para que sirvam como referência de locais onde pode se conseguir ajuda em caso de emergência. Outra dica é que o motorista use o bom senso. Se achar arriscado entrar numa rua na qual não se sinta seguro, basta dar meia volta que o GPS vai calcular automaticamente uma nova rota.
Leia mais sobre GPS na edição deste domingo do Jornal do Commercio.