MERCADO

Ano começa com carros mais caros

Fabricantes reajustam preços pressionados pelo aumento dos custos e variação das moedas estrangeiras

Edilson Vieira
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Edilson Vieira
Publicado em 02/01/2016 às 14:00
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Fabricantes reajustam preços pressionados pelo aumento dos custos e variação das moedas estrangeiras - FOTO: Divulgação
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Os carros vão subir de preço em 2016. Isso vale para modelos nacionais e importados. As novas tabelas de preços começam a chegar nas revendas na próxima semana. O percentual de aumento varia de acordo com montadora e modelo do veículo, mas especialistas dizem que o reajuste médio deve ficar entre 5% e 8%. O número pode ser bem maior, dependendo do modelo. Parece contraditório, mas o reajuste é a saída para muitos. As montadoras têm liberdade para ajustar ou não seus preços, mas já existe um entendimento de que será difícil começar o ano absorvendo pressões como a inflação crescente e a variação do câmbio, sobretudo com as sucessivas altas do dólar.

É fato que os fabricantes tiveram que segurar os aumentos para que as vendas não fossem ainda piores. “O ano de 2015 foi ruim porque a crise pegou todo mundo de surpresa, mas agora a história vai ser diferente. Vamos entrar em 2016 preparados para um aperto nas contas e os ajustes precisam ser feitos agora”, diz Marta Queiroz, gerente-comercial da Rota Premium, revenda Jaguar/Land Rover. A executiva acredita que a realidade atual vai permitir um planejamento melhor, tanto por parte das empresas quanto dos clientes.

Segundo dados da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o volume de veículos novos vendidos em 2015 deve fechar o ano negativo em 27% em comparação com 2014. Os números oficiais saem esta semana. A retração esperada para 2016 é de aproximadamente de 5%. Mesmo porque a produção das fábricas deve ser menor justamente para se encaixar na nova realidade. Outra boa notícia é a de que no início do ano ainda será possível encontrar alguns modelos com preços de 2015. “Quem ainda tiver estoque vai conseguir vender por um tempo com o preço antigo”, explica Marta Queiroz.
 
As alemãs BMW e a Mercedes-Benz já divulgaram a nova tabela de preços dos seus veículos para 2016. A BMW surpreendeu com aumento de até R$ 42,5 mil num único modelo. O SUV X6, em sua versão mais cara, passou de R$ 375.450 para R$ 417.950. Já o modelo da BMW mais vendido no Brasil, o sedã Série 3, aumentou R$ 22 mil na versão 320i Sport. A marca divulgou que a variação nos preços acompanha o aumento no custo de produção nacional, influenciado por oscilações cambiais e inflação.

A Mercedes-Benz divulgou que seus 45 modelos e versões à venda no Brasil sofrerão reajuste entre 6% e 10% a partir de janeiro. Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil, também justificou o aumento. “O reajuste é necessário para equilibrar os elevados custos operacionais da empresa e o aumento do câmbio”, afirma. A antecipação das tabelas de preços da BMW e Mercedes-Benz devem influenciar todo o mercado de carros premium. A Audi é outra que tem o reajuste pronto, mas ainda não divulgado. O percentual de aumento deve ficar entre 7% e 9%. A indústria nacional deve seguir caminho parecido já que os carros daqui usam muitos componentes de fora e terminam sentindo os efeitos.

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