
A Peugeot lançou na semana passada o hatch 208 com um novo motor 1.2 de 90 cavalos. A novidade vem no formato de três cilindros, uma tendência cada vez mais comum na indústria automotiva. Nissan, Ford e Volkswagen já aderiram ao downsizing, termo em inglês que significa redução. O fato é que os motores estão ficando menores e, acredite, isto não é ruim. “Um motor menor não significa que é mais fraco”, afirma Alexandre Costa, diretor da Alpha Consultoria. Como os motores mantém sua capacidade volumétrica, a cilindrada, não há perda de potência. Pelo contrário, com menos peças móveis é possível extrair mais força dos propulsores.
O consultor automotivo explica que motores de três cilindros não são uma novidade. Nos anos 60, a DKW- Vemag já produzia motores com essa configuração para o Belcar e Vemaguete. Então por que a indústria está voltando a esta fórmula? O Inovar Auto, programa do governo para incentivar a indústria automotiva, estabeleceu metas de eficiência para os carros nacionais que, assim, ganharão descontos nos impostos. E os motores menores se prestam bem a esse objetivo. Eles são mais econômicos e poluem menos.
“Quem gosta de motorzinho é dentista”. O adesivo em tom de chacota apareceu em alguns carrões nos anos 90, quando os motores 1.0 começaram a surgir. Nesta época, os fabricantes despejaram no mercado os famosos carros populares. A Fiat teve sucesso com o finado Uno Mille, mas alguns fabricantes deram um tiro no pé ao pegarem motores antigos e pesados de quatro cilindros e adaptarem para uma cilindrada menor. A Volkswagen veio com o Gol 1.0. A Chevrolet criou o Chevette Junior e a Ford lançou o Escort Hobby, todos derivados de motores 1.6. Esses modelos eram considerados lentos e nem tão econômicos, o que contribuiu para a má fama que os motores 1.0 tiveram no início. Hoje a história é outra. Motores 1.0 de três cilindros são eficientes e duráveis.