
CAMPINAS (SP) - Não é de se estranhar que a oferta de caixa de marcha automática esteja crescendo entre os modelos populares. Todos os grandes fabricantes no País oferecem a comodidade do câmbio sem embreagem e sem a obrigação de ficar mexendo na alavanca o tempo todo. “O carro automático deixou de ser um luxo e está virando uma necessidade”, justificou Cristiane Sanches, gerente de marketing da Nissan ao apresentar seus modelos populares, o hatch March e o sedã Versa, equipados com o recurso. Mas a Nissan foi um pouco mais além. O sistema oferecido pela marca japonesa é do tipo CVT que, traduzindo, seria “transmissão continuamente variável”, um tipo de tecnologia mais sofisticada do que os câmbios automatizados, mais simples, utilizado na maioria dos carros populares.
A vantagem do CVT é que ele não tem trancos e a subida de velocidade é contínua. Isso se traduz em mais conforto para quem dirige. Claro, a tecnologia mais avançada tem um preço e, no caso do March e Versa, ela custa R$ 4.800 que são acrescentados ao preço dos modelos com motor 1.6 . Assim, o March automático mais em conta é o 1.6 SV que sai por R$ 54.090. O sedã Versa automático custa a partir de R$ 57.990 na versão 1.6 SV.
A Nissan se baseou em uma pesquisa de mercado para dotar seus carros compactos de câmbio automático. Segundo o estudo, 40% dos compradores de carros populares no Brasil gostariam de ter um carro automático e, entre os que já têm, 95% não voltariam a ter um carro manual. A oferta de câmbio automático entre os sedãs quadruplicou nos últimos anos, pontuou Cristiane Sanches. Esta preferência fez com que a própria Nissan lançasse, no mês passado, o novo Sentra apenas com câmbio automático.

Mas, como se comportam os novos March e Versa CVT na prática? O teste-drive organizado pela Nissan privilegiou a condução em rodovia. Rodamos cera de 130 quilômetros em estradas do interior paulista. Para quem já dirigiu um carro com câmbio CVT sabe que ele realmente é mais uniforme no funcionamento. Uma beleza para rodar na cidade, sem aquelas “sacudidas” do câmbios automatizado. Mas, na estrada, o CVT é conhecido por “gritar” nas acelerações, ou seja, o carro demora a responder a pisada no acelerador fazendo o motor subir de giro. A Nissan encontrou duas maneiras interessantes de contornar essa característica. Primeiro, aumentou o isolamento acústico da cabine e, de fato, os carros são mais silenciosos do que um popular costuma ser. E outra mágica que a engenharia da Nissan fez foi a criação do recurso “overdrive”.
Trata-se de um botão na lateral da alavanca do câmbio que permite ao motorista “encher” o motor antes de uma ultrapassagem, por exemplo. Tentamos ultrapassar um caminhão na estrada sem a ajuda do Overdrive. De fato, o Versa 1.6 que dirigíamos demorou a completar a travessia. Depois, repetimos a manobra com Overdrive o carro disparou. Ou seja, a opção traz vantagem nas ultrapassagens de veículos, acelerações em subidas, frenagem de alta velocidade nas curvas e permite a redução de velocidade pelo freio motor nas descidas de serra. Ponto para a Nissan.
March e Versa automáticos também se saíram bem em relação ao consumo de combustível. Segundo o Inmetro, o March 1.6 faz 12 km/litro na cidade e 15 km/litro na estrada com gasolina. O Nissan Versa 1.6 fez 12 km/litro (cidade) e 14 km/l (estrada) também com gasolina. Para atrair ainda mais o consumidor, a Nissan oferece o plano de revisão para seus modelos automáticos pelo mesmo preço dos modelos com câmbio mecânico. Ou seja, o comprador não vai gastar mais para revisar seu March e Versa CVT. Alguém duvida de que o futuro é dos carros automáticos?