MOBILIDADE

Carro elétrico urbano custa caro demais para o Brasil

Vendido em mais de 40 países o Renault Twizy chegaria aqui com preço em torno de R$ 60 mil

Sívlio Menezes
Cadastrado por
Sívlio Menezes
Publicado em 06/08/2016 às 14:29
Divulgação
FOTO: Divulgação
Leitura:

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS (PR) - É quase impossível ver um Renault Twizy e não se apaixonar. De dimensões compactas, parece ser uma solução bem inteligente para qualquer motorista vencer os problemas da mobilidade nos grandes centros urbanos, onde estacionar vem se tornando um martírio. Com seu desenho que lembra um minibuggy do futuro e por ser um veículo elétrico, o carrinho coleciona fãs pelo mundo e vem despertando a curiosidade de muita gente.

Na Europa, mostrou ser viável. De fácil condução e compacto, ele é uma realidade interessante em países do primeiro mundo. O motorista pode estacioná-lo como uma moto, com as costas apontadas para o meio fio. Só que ele parece condenado a ser um carro para o brasileiro admirar. Em nosso País, até bem pouco tempo, nem podia ser emplacado. Mas a lei mudou este ano e ele passou a ser enquadrado como um quadriciclo. A Renault não abriu as vendas para o público brasileiro. Mas quem quiser importar um desses e trouxer para nosso País pode rodar na cidade normalmente. Agora, se pensar em pegar estrada, esqueça. É proibido. O veículo é exclusivo para uso urbano.

Divulgação
Bateria do Twizy leva uma hora e meia para ser carregada - Divulgação
Divulgação
Carro tem tamanho semelhante a de uma moto média - Divulgação
Divulgação
Painel é simplificado e não há vidro nas portas para fechar as janelas - Divulgação
Divulgação
Portas abrem para cima para permitir o estacionamento em vagas apertadas - Divulgação

Jornal do Commercio testou um desses modelos na fábrica Renault, no Paraná, onde a montadora possui alguns exemplares. O modelo avaliado pesa cerca de 400 quilos e pode atingir 80 km/h com seu motor de 17 cavalos de potência. (Os modelos populares têm uma média de 80 CV). A bateria pode ser carregada em uma hora e meia, numa tomada comum, o que vai garantir autonomia de 100 quilômetros. E não se assuste com a conta da Celpe. De acordo com especialistas, o consumo de energia é similar ao de um ar-condicionado residencial.

Para guiar o Twizy basta ter habilitação na categoria B. A pilotagem é bem divertida. Não existe alavanca de marcha. O condutor precisa apenas apertar um botão pra ir pra frente ou engatar a ré. Câmbio é automático. O painel é bem simples. Tem indicador de bateria, velocímetro e luzes de freio de mão e indicador da marcha, basicamente.

O Twizy é para curtir só, mas se o motorista quiser pode levar um passageiro, que vai espremido num pequeno banco traseiro. E pra completar a curtição, o teto é solar. Apesar de o Twizy garantir todo esse prazer, ainda é muito distante para a realidade brasileira. Por causa de vários aspectos. No Velho Continente é vendido por 7 mil euros, equivalente a aproximadamente R$ 30 mil. Por causa de impostos de importação e outros, o carro não sairia por menos de R$ 60 mil, o que o deixa impraticável para um veículo de fibra, com dois lugares, sem ar-condicionado ou mesmo janelas. E esse raciocínio vale até para endinheirados ou quem gosta de carros excêntricos. Já que luxo não existe. O negócio do Twizy é funcionalidade.

Mesmo com esses pontos jogando contra, a Renault conseguiu emplacar o Twizy em algumas empresas. São grupos mais interessados em estudar a tecnologia do carro do que propriamente no produto.

Últimas notícias