
Matheus Albino / Especial para o JC
Segundo o Departamento de trânsito (Detran), no ano passado, cerca de 671 condutores foram notificados em Pernambuco por instalação incorreta de película no vidro do carro. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB),conduzir o veículo com vidros total ou parcialmente cobertos por películas, refletivas ou não, painéis decorativos ou pinturas é considerado infração grave. O motorista leva cinco pontos na carteira além de R$ 195,25 de prejuízo no bolso.
É comum o condutor procurar equipadoras para dar uma customizada no seu veículo, e a película fumê é um dos acessórios mais requisitados. O filtro escuro ajuda a proteger contra luminosidade excessiva, calor e emissão de raios solares, além de dar maior privacidade ao motorista no trânsito. Mas, para colocar fumê no carro, é necessário seguir as regras impostas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e assim não ter problemas com as autoridades.
Muita gente ignora as regras e acaba aplicando películas mais escuras no veículo achando que dificilmente será notificado pelos agentes de trânsito.
REGRAS
Segundo o Contran os vidros dianteiros devem ter pelo menos 75% da entrada de luz. Já as janelas laterais do motorista e do passageiro dianteiro devem ter ao menos 70% de luminosidade. A película pode ser mais escura se estiver fixada nas janelas traseiras laterais e no vidro traseiro. Nesse caso, o vidro pode ficar mais escuro, com no mínimo 28% da entrada de luz. As películas refletivas (espelhadas) são proibidas por lei. Também é proibida a aplicação da película, de qualquer grau de transparência, no para-brisas do veículo.
As equipadoras trabalham com dois tipos de películas, similares e profissionais. A mais recomendada é a segunda opção por conta da qualidade do material e o tempo de garantia, que varia de um a três anos, dependendo do fabricante. O preço vai de acordo com o tamanho da área a ser coberta. Varia entre R$ 100 e R$ 150. Em carros de maior porte, como picapes e SUVs, o investimento é na faixa dos R$ 300.
Para aplicar o filme plástico o profissional limpa os vidros com água e sabão neutro a fim de remover toda a sujeira dos vidros. Em seguida começa a aplicação. “O motorista precisa ficar atento e acompanhar o passo a passo de aplicação do produto. Se for feito de forma incorreta o fumê pode apresentar bolhas em pouco tempo”, afirma Elenildo Martiniano, proprietário da oficina Tuiuiu da Mossa, localizada na Avenida Caxangá, no Recife. Ele lembra que na maioria dos casos os vidros não podem ser baixados num prazo de 24 horas depois da aplicação para que a película cole bem no vidro.
E se o motorista quiser retirar a película do carro? Elenildo recomenda levar numa loja especializada. “O ideal é não fazer a remoção em casa pois há o risco de arranhar ou deixar manchas no vidro”, acrescenta Elenildo.
FISCALIZAÇÃO
Em Pernambuco, os agentes de trânsito fazem a fiscalização da luminosidade das películas fumês observando a chancela (carimbo) nos vidros. Segundo a presidente do Conselho Estadual de Trânsito (CETRAN), Simiramis Queiroz, é utilizado ainda um equipamento que identifica se a película está ou não fora dos padrões exigidos. “Verifica-se por meio do medidor de transmitância luminosa”, diz Simiramis. O instrumento mede, em valores percentuais, a capacidade de transparência de vidros, películas, filmes e outros materiais. O aparelho pode ser usado pelos órgãos de fiscalização de trânsito municipais, estaduais, Polícia Rodoviária Federal e Detrans dos Estados.