Reputação

O que é ser alagoano?

Recentes episódios exigem que se trabalhe a autoestima desse povo

André Ribeiro Aprigio
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André Ribeiro Aprigio
Publicado em 06/05/2011 às 16:02
Foto: Guga Matos/JC Imagem
FOTO: Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Se você tivesse apenas 30 segundos para falar sobre a sua cidade, o que você diria? E
talvez o mais importante, o que alguém diria assim que você deixasse o local? Confirmaria o
seu discurso, ou não? Qual a percepção que se tem da sua cidade?
É natural querer sempre enaltecer o lado positivo de nossa cidade, do nosso estado ou do
nosso país, principalmente quando estamos em viagem. É nesse momento em que nos
sentimos como verdadeiros embaixadores. Com o “dever” de promover a nossa terra.
Costuma-se dizer, inclusive, que o brasileiro é um patriota de carteirinha, mas apenas em
dois momentos: em época de copa do mundo e quando em viagem ao exterior. Nessas
ocasiões, aí sim, vestimos a camisa da seleção, pintamos as ruas de verde e amarelo,
estamos sempre com uma bandeira do Brasil em mãos, compramos um par de sandálias
havaianas (com a bandeirinha) para a viagem ao exterior. Pena que esse sentimento não nos
invade a alma nos demais dias do ano. Acontece que o patriotismo não deveria ser um
sentimento transitório. E o que dizer então do bairrismo? Os nossos vizinhos
pernambucanos, diga-se de passagem, são doutores na arte da divulgação positiva de seu
estado. Não se surpreenda se um dia encontrar alguém em Paris vestindo uma camisa
estampada com a bandeira de Pernambuco, ou ver alguém sacudindo a bandeira durante
uma partida de futebol na televisão, ou usando o chapéu de frevo em pleno Ibirapuera. Que
inveja positiva e que orgulho! Por que não somos todos assim?
Nos últimos dias Alagoas sofreu um golpe duro em sua imagem, em sua reputação, e de
forma repetitiva. Não bastasse a forte divulgação negativa acerca dos problemas na área da
saúde, descobre-se que é alagoana a mulher que abandonou um bebê em São Paulo. E
haja propaganda negativa! Torna-se, a cada dia, imperativo relembrar e cobrar que as
funções básicas do gestor público sejam colocadas em prática: planejar, organizar, dirigir e
controlar. Portanto, não basta apenas fazer o óbvio (que muitas vezes não parece ser tão
óbvio assim). É vital que sejam planejadas as ações públicas necessárias e esperadas pela
população, mas, sobretudo, preocupar-se com a gestão da reputação, formulando,
instrumentalizando e profissionalizando uma estratégia bem definida, que tenha como
princípio basilar não apenas as ações realizadas pelo governo, em campanhas de
comunicação, mas que tenha seu foco na sensibilização efetiva da população para o
significado, verdadeiro, do orgulho de ser alagoano. E pra você, leitor, o que é ser alagoano?

André Ribeiro Aprigio é mestrando e consultor em relações externas

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