2018 está na porta e tem grupos se mobilizando para evitar o pior

Publicado em 15/11/2017 às 19:16
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"Nós achamos que não seria adequado ter um presidente da Câmara completamente vinculado ao presidente da República", afirmou o sociólogo José Arlindo Soares, membro do movimento - FOTO: lexandre Gondim/JC Imagem
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“Recomendamos uma ampla frente política, num ativismo plural e moderno. O ativismo de hoje é retrógrado e meramente ideológico”, diz José Arlindo . Foto: Alexandre Gondim / JC Imagem Dentro da ideia de trabalhar uma solução de centro democrático, já para as eleições de 2018, o movimento Roda Democrática vai apresentar suas propostas ao seu candidato à presidência. A Roda Democrática é capitaneada no Recife pelo Movimento Ética e Democracia, do sociólogo José Arlindo Soares e composto por egressos dos antigos movimentos de redemocratização dos anos 60, ex-militantes de esquerda do País. O encontro do grupo com seu candidato deve acontecer em dezembro e o nome do presidenciável – político com mandato sem vínculos com corrupção, diz Arlindo –, será então revelado. O relatório a ser entregue foi discutido neste final de semana, está sendo redigido e foi dividido em duas partes: o Brasil que temos e o Brasil que queremos. O grupo também abarca as novas iniciativas de viés liberal que surgiram na política brasileira nos últimos meses, como o Movimento Vem Pra Rua e o Acredito. Na parte do Brasil que temos, o relatório fala da falta de credibilidade dos partidos políticos, que dificulta a transição e ressalta a insistência da velha esquerda brasileira em bandeiras atrasadas, dentro um nacionalismo protecionista. A volta à moda do termo “entreguismo”, em contraponto à agenda reformista, revela que parte da gauche brasileira ficou parada pelo menos uns 40 anos no tempo. No item do Brasil que queremos, a posição do grupo é de compromisso inflexível com a democracia representativa e defesa da reforma do Estado “para torná-lo mais ágil, transparente, com equidade para todos, inclusive na educação primária e secundária”, nas palvras de José Arlindo. “Recomendamos uma ampla frente política, num ativismo plural e moderno. O ativismo de hoje é retrógrado e meramente ideológico”, diz o sociólogo, para quem há um exagero do ideologismo nas universidade e também na sociedade. No que se refere ao mercado de trabalho, o grupo avalia que a alta taxa de desemprego entre os jovens de 16 a 24 anos, que também não estudam, é um impasse de médio prazo que pode ser revertido com investimentos na educação primária e secundária. Além disso as tentativas de barrar a Lava Jato, com o goveno e o Congresso criando mecanimos para dificultar as investigações são tratadas como um problema da atualidade. “Há uma reforma de longo prazo em curso que é a reforma que a Lava Jato está fazendo. E há hoje um movimento dos grandes partidos, uma frente partidária que vai do Sarney ao PT, para criar mecanismo de atropelo. Um exemplo disso é a tentativa de proibir delator preso de delatar.” A questão do Estado privatizado por interesse de corporações, como sindicatos, também é outro aspecto dessa reação à marcha da reforma. O objetivo do grupo, diz Arlindo, é trabalhar a expectativa de um centro democrático, ou seja, um centro político comprometido com essas ideias de reformas. “Uma frente é buscar candidatos e movimentos maiores que queriam assinar e levar as propostas. Teremos novas rodas de discussões em Fortaleza, Salvador e Belém. Queremos trabalhar com políticos nessas diversas cidades que tenham condições de discutir com a gente”, salienta o sociólogo. O Roda Democrática é formada por jornalistas, articulistas, professores de universidades como a USP e empresários também. O objetivo, além de atrair candidatos que defendam essas ideias, é divulgá-las também na mídia e nas redes sociais. A preocupação é criar conteúdo para combater uma campanha eleitoral, no próximo ano, afundada em lugares comuns e ideias tortas. “Tivemos encontros em São Paulo, Rio, Belo Horizonte e no sábado no Recife, que foi a reunião mais plural, com a presença de empresários, pessoal de TI, do Vale do São Francisco, Vem Pra Rua. Não se opuseram às ideias. Queremos trocar o círculo vicioso que se tornou a política brasileira pelo círculo virtuoso.”

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