Por Igor Maciel, da coluna Cena Política
O Presidente Jair Bolsonaro adiou de novo o envio da reforma Administrativa ao Congresso Nacional. Mais uma vez, alegou à equipe econômica que não é o melhor momento.
O problema do poder não é sua forma, mas o conteúdo. Olhando de fora parece ser fácil resistir. Ao acessá-lo, torna-se oxigênio, impossível de largar. Bolsonaro começou a respirar esse ar junto com sua equipe formada por filhos, amigos dos filhos e outros companheiros de churrasco.
Paulo Guedes querer que ele arrisque isso em benefício de uma agenda econômica, internamente soa como piada, para depois gerar desconfianças: "ele quer nos derrubar?". Não é o melhor momento para Bolsonaro e os amigos de churrasco, porque vai gerar críticas de funcionários públicos e sindicatos ligados ao bolsonarismo, representantes de carreiras na máquina pública que o apoiam. Pra que deixar "o pessoal" chateado agora? Ainda mais às vésperas de uma manifestação em apoio ao presidente?
Michel Temer (MDB) tem vários "talentos" passíveis de prisão, mas sua passagem pela presidência provou, ao menos, que um presidente alijado de sua condição eleitoral futura consegue realizar muito mais. Basta dizer que o emedebista chegou a ter reprovação de 82% e, mesmo assim, terminou o mandato com resultados melhores na economia do que Bolsonaro teve até agora.
E se nada mudar, eis o roteiro: a economia não cresce, Guedes se demite, Bolsonaro finge que demitiu Guedes pelo mau resultado, provavelmente chamando ele de comunista porque descobriu que ele posou para uma foto com um amigo de um amigo de um amigo que namorou com uma petista nos anos 80. E fim.
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