Coluna Cena Política

O peso da verdade sobre Bolsonaro em uma terça-feira

Este texto possui duas visões sobre o dia do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ontem. Caso você não concorde com a primeira, pode ler a segunda, um pouco mais abaixo.

Igor Maciel
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Igor Maciel
Publicado em 29/04/2020 às 9:04
SERGIO LIMA/AFP
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) - FOTO: SERGIO LIMA/AFP

Este texto possui duas visões sobre o dia do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ontem. Caso você não concorde com a primeira, pode ler a segunda, um pouco mais abaixo.

Terça-feira, 28 de abril de 2020 - O presidente Jair Messias Bolsonaro saiu de casa às 7h35 e foi testar a pontaria, relaxar um pouco em um estande de tiro, disparando contra um alvo de papel. "Dez tiros. O pior foi (pontuação) oito. Tá bom, né? Depois de 30 anos inativo”, afirmou o presidente, junto a uma mensagem de “Bom dia”. Depois, Bolsonaro teve uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que conduz as finanças do País, apesar dos governadores, muitos comunistas, que tentam quebrar o Brasil para prejudicar Bolsonaro e impedir que ele seja reeleito em 2022, como quer a maioria dos brasileiros honestos. Depois de conversar com Guedes, Bolsonaro teve reunião do Conselho de Ministros durante a tarde. À noite, depois de não assistir o telejornal da emissora que tenta prejudicá-lo, como faz diariamente, Bolsonaro foi confraternizar com apoiadores na porta de casa e, por educação, respondeu perguntas de alguns repórteres inconvenientes sobre a gripe cuja gravidade é exagerada pelos inimigos do chefe supremo do Executivo. Bolsonaro, sempre muito espirituoso e sincero, lembrou que não faz milagres só por se chamar Messias. Foi aplaudido pelos apoiadores, que riram bastante.

E a outra versão:

Terça-feira, 28 de abril de 2020 - O presidente Jair Messias Bolsonaro, mudou a rotina, saiu cedo de casa e driblou repórteres e apoiadores para ir praticar tiro. Aproveitou a imagem em que está ao lado de um alvo perfurado para dar "bom dia” pelas redes sociais. O dia não foi bom para milhares de pessoas, aglomeradas em filas nas agências da Caixa Econômica, tentando sacar um auxílio emergencial que o Governo paga como se fizesse favor, enquanto reclama de governadores e prefeitos que decretaram distanciamento social em suas cidades para evitar tragédia ainda maior. Depois, teve uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem demonstrado insatisfação profunda pelos rumos que a política econômica tomou com a pandemia do coronavírus. Um plano de recuperação econômica foi apresentado recentemente, sem a presença dele. O projeto, desenvolvimentista e formatado com gastos que o Governo Federal ainda não sabe de onde vai tirar dinheiro para bancar, vai contra tudo o que Guedes acredita e contra tudo o que foi prometido por ele e por Bolsonaro durante a campanha. Mas, a demissão, que era dada como certa, acabou sendo arrefecida. Nos bastidores, comenta-se que com a saída de Sergio Moro, ex-ministro da Justiça, livrar-se de Guedes tão rápido seria difícil de digerir politicamente. Os ministros militares que integram o governo o convenceram a distensionar e dar um alívio para a Bolsa e para o Dólar. A moeda americana chegou a quase R$ 6,00. Depois de conversar com Guedes, Bolsonaro teve reunião do Conselho de Ministros durante a tarde. À noite, resolveu parar e conversar com apoiadores e com repórteres que, apesar do coronavírus, precisam se arriscar em busca de informações úteis à população. Perguntado por um jornalista sobre o número de mortes anunciado pelo próprio Ministério da Saúde horas antes, um recorde terrível de 474 óbitos num dia, totalizando 5.017 pessoas em pouco mais de um mês, o presidente da República, que costuma chamar a si mesmo de "Chefe Supremo”, resolveu fazer troça: “E daí? Lamento! Quer que eu faça o que? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse, zombando da realidade de milhares de famílias que perderam seus parentes para uma doença que, algumas semanas atrás, o presidente chamou de “gripezinha” e “resfriadinho”.

É visível que a segunda parte ficou bem maior e mais cansativa para ler.

É o peso da verdade.


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