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Pandemia não pode atrapalhar fiscalização sobre reforma Eleitoral. É a democracia em discussão

Grupo de trabalho da Câmara dos Deputados já está se reunindo. Umas das propostas é voltar com o modelo de coligações ou até disfarçar essa volta com algum nome diferente, pra salvar partidos de aluguel ou sem representatividade.

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Igor Maciel

Publicado em 03/03/2021 às 15:36 | Atualizado em 03/03/2021 às 15:52
Análise
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Por mais urgente que seja a pandemia, é muito importante que a opinião pública não se desligue das discussões que estão acontecendo para a reforma eleitoral.

Sim, nós não conseguimos fazer as reformas que o Brasil precisa, mas reforma Eleitoral tem a cada dois anos. A necessidade que os parlamentares têm de mudar a eleição a cada eleição para garantir algum tipo de manutenção de poder é ritualística.

O grupo de trabalho já teve uma primeira reunião no último dia 24/02. Entre os temas, o voto impresso, cláusula de desempenho dos partidos políticos e das coligações, atos preparatórios para as eleições, crimes eleitorais, inelegibilidade, financiamento e propaganda eleitoral.

Mudar as regras da eleição foi listado como prioridade por Arthur Lira (PP) assim que assumiu a Câmara. O partido dele, aliás, junto com outras siglas do centrão, é o maior interessado em modificar a legislação, para se fortalecer.

Além do centrão, partidos nanicos, ameaçados de desaparecer se a cláusula de desempenho não for extinta, apoiam essa ideia. A coluna já citou, aqui, o PCdoB, que não é nanico, mas corre esse risco e tem trabalhado por uma proposta que disfarce a volta das coligações: a federação.

Caso consigam aprovar um modelo que salve esses partidos sem representatividade, o Congresso estará dando um passo grande para um descrédito ainda maior do povo nas instituições.

Nos tempos em que vivemos, de ameaça à democracia, não se brinca com isso apenas para buscar manutenção de poder pessoal ou partidário.

Sem democracia, partidos não têm poder nenhum.

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