Coluna Cena Política

Bolsonaro perde apoio político, perde as redes sociais e tem pouca margem para crescer de novo

Empresas que fazem medição de popularidade em redes sociais detectaram apenas 10% de menções positivas em mais de 1,5 milhão de postagens citando o presidente. Ele perdeu o apoio na internet.

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Igor Maciel

Publicado em 29/03/2021 às 12:47 | Atualizado em 29/03/2021 às 13:31
Análise
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A situação de Bolsonaro é a pior de todo o mandato.

Se olhar só a popularidade, parece igual a 2020, antes do auxílio emergencial. Não é.

Muita coisa aconteceu e a margem de reação é menor.

Um dos principais dados pra explicar o caos bolsonarista é o apoio ao isolamento. Em 2020, o índice nacional de apoio às medidas restritivas era de 68%. Quando o presidente criticava os governadores pelo lockdown, encontrava guarida na mente de 32% da população.

Atualmente, o percentual de pessoas que aprovam o isolamento como medida de contenção ao coronavírus chegou a 86%. Os 32% que ouviam Bolsonaro caíram para 14%.

E mais, na última sexta-feira (26), as empresas que fazem medição de popularidade em redes sociais detectaram apenas 10% de menções positivas em mais de 1,5 milhão de postagens citando o presidente. Ele perdeu o apoio na internet.

Há outra diferença em relação a 2020. Apesar de o auxílio emergencial estar para ser pago em abril, novamente, das 68 milhões de família que recebiam R$ 600, 20 milhões ficaram de fora. E os que ainda vão receber, terão valores entre R$ 150 e R$ 375.

Quem está complementando, em alguns locais, são os governadores e prefeitos.

Isso sem falar que, em 2020, o centrão socorreu Bolsonaro. Agora, o centrão é um problema.

Bolsonaro deixou de governar pra só pensar em 2022.

Talvez seja a hora de ele pensar em sobreviver até 2022. A prioridade mudou.

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