Intenção de Bolsonaro é tumultuar, mas qual o problema de incluir governadores e prefeitos na CPI?
Se problema é o tempo curto para investigar, o Regimento Interno do Senado garante prorrogação de prazo. O ''quem não deve, não teme'' vale para todos. Ou não?
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), deve mesmo fazer a leitura para a instalação da CPI da covid nesta terça-feira (13). A novidade é que, provavelmente, ele vai juntar com outro pedido de CPI, para investigar também governadores e prefeitos.
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Apesar de o regimento interno dizer que a CPI não pode investigar estados, ideia é que a investigação seria sobre o dinheiro federal.
O maior temor sobre a inclusão de governadores e prefeitos é o de que isso vá tumultuar a CPI e faça com que a apuração não ande.
O prazo definido para que a CPI funcione é por 90 dias.Mas, o regimento interno do Senado também é claro sobre a possibilidade de prorrogar a conclusão. E não está especificado, a priori, por quantos dias seria. Então, o tempo necessário poderá ser utilizado.
Está lá, no Regimento:
Art. 152. O prazo da comissão parlamentar de inquérito poderá ser prorrogado, automaticamente, a requerimento de um terço dos membros do Senado, comunicado por escrito à Mesa, lido em plenário e publicado no Diário do Senado Federal.
A questão é que, havendo prazo para que todos os fatos sejam apurados e a ação de todos os gestores seja investigada, qual o problema?
Tirar o foco do combate a covid? Que foco? A política foi quem mandou até agora. Não tem novidade nenhuma.
Bolsonaro teme e quer fazer limonada do que ele chama de limão. Os governadores e prefeitos tem o que temer? Se não tem, qual o problema?
Ou é limão ou é limonada, mas tem que ser para todos.