Cena Política

Ciro Gomes quer o eleitor de Bolsonaro e tenta se aproximar defendendo bandeiras do presidente

Depois de acusar o ex-presidente Lula de corrupto, agora é o "voto impresso" auditável. Pedetista quer fazer Bolsonaro derreter atraindo seu público.

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Igor Maciel

Publicado em 09/07/2021 às 10:38
Análise
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Quando Ciro Gomes (PDT) vai às redes sociais atacar Lula (PT), tratando ele como chefe da corrupção no Brasil, tem uma estratégia.

É o mesmo plano que leva Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, a defender o "voto impresso auditável", aquela patetice bolsonarista que não deve prosperar.

Tem método e o objetivo é atrair eleitores de Bolsonaro.

>>> Ciro Gomes faz o que lhe resta: partir para o ataque contra Lula. E ele sabe o que está fazendo

Existe uma regra básica em estratégia política que tem a ver com psicologia. Quando se precisa tomar os eleitores de alguém, você não critica o que ele defende, você critica ele, enquanto defende as mesmas bandeiras.

É uma forma de se tornar simpático ao público específico e fazer o adversário derreter.

O problema é que você precisa ter um mínimo de consistência para defender bandeiras que você nunca defendeu.

Ciro Gomes criticar Lula depois de ter sido ministro em governo do PT, depois de ter passado anos ligando a própria imagem ao ex-presidente e ter alianças com o PT em seu estado, o Ceará, é algo questionável.

Mas ainda pode ser usado com o argumento, cínico, de que, por estar próximo, tem propriedade.

Mais difícil é Lupi dizer que o PDT defende voto impresso auditável há décadas. É mentira. 

Acontece que na eleição municipal de 2000, no Rio de Janeiro, Leonel Brizola, que já havia sido governador, tentou se eleger prefeito e terminou a disputa em quarto lugar, com 9%.

Não aceitou o resultado e acusou a urna, ao invés da falta de votos.

Depois disso, o PDT voltou a criticar as urnas somente agora, 21 anos depois.

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