Cena Política

União entre Miguel Coelho e Raquel Lyra vai ficando cada vez mais improvável. Compromissos são muitos

Cada um firmou compromisso com aliados que serão difíceis de ajustar. Desistir significa descumprir esses acordos e acabar com chance de eleição de chapas.

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Igor Maciel

Publicado em 01/06/2022 às 11:12
Análise
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Entre Miguel Coelho (UB) e Raquel Lyra (PSDB), quando se fala na possibilidade de uma união de palanques, a porta foi fechada.

Não está trancada, mas foi fechada no trinco, por enquanto.

Um espera que o outro ceda. No momento parece difícil. Projetos eleitorais são mais do que vontades individuais e é isso que precisa ser entendido por quem enxerga o processo com olhos de torcedor.

No caso de Miguel, inclusive, é preciso dizer: é muito improvável que ele desista. Não se trata apenas de olhar o cenário e decidir, porque há outras centenas de decisões interdependentes. Um grupo inteiro de pré-candidatos confiou na postulação e não teria como tudo ser reorganizado sem causar um imenso prejuízo.

O União Brasil fala em fazer até quatro deputados federais na eleição, numa conta mais sensata é possível projetar três. Mas, se Miguel desistir, terá dificuldade para fazer um.

O mesmo problema existe na disputa pela Alepe. Tem pré-candidato que só entrou no partido porque ele não estava com Raquel. Alguns são considerados puxadores de votos. Dá pra abrir mão disso?

Raquel também tem compromissos com a chapa formada e uma dificuldade bem maior para eleger nomes. Há quem aposte que ela só conseguirá eleger um deputado federal. Se abrir mão da candidatura, talvez nem isso. Os dois estão em situação difícil e não tem como se unir.

A solução só virá em paralelo, não com união.

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