Simone Tebet e Tasso Jereissati são uma passarela segura entre motoristas raivosos e precisam ser ouvidos
Os dois devem ser uma alternativa às retóricas de confronto. Se conseguirem propor um país e não uma batalha, os brasileiros já ganham muito.
Ficar preso entre dois candidatos ruins é como ter que atravessar uma rua tentando decidir se vai ser atropelado por um caminhão ou por um ônibus.
Ciro Gomes (PDT) é uma alternativa de prejuízo, mas é como ser atropelado por uma bicicleta.
A opção formada por PSDB e MDB é uma passarela segura e uma maneira mais sensata de se atravessar uma estrada movimentada e desordenada.
Simone Tebet (MDB) tem pouca margem para crescer no ambiente de hoje, mas surge de uma necessidade de chegar ao outro lado da rua mantendo alguma integridade.
Mais que isso, Tebet é a única mulher nessa eleição e está acompanhada de Tasso Jereissati (PSDB), um dos últimos representantes de uma política que ainda preza por princípios e ainda acredita que boas gestões se constroem com projetos e governança, não com retórica vazia e fabricação de narrativas.
É preciso ouvi-los. Talvez não seja possível fugir da polarização, é verdade. A disputa, salvo sob a ocorrência do imponderável, deve ficar entre duas torcidas organizadas e a presidência deve ficar entre o vazio e o raso.
Mas, é preciso prestar muita atenção ao que Simone e Tasso têm para falar, que tipo de país eles planejam e o que podem oferecer. Você pode até não votar neles, mas vai saber que tem opção para chegar ao outro lado da rua em segurança. Isso já conta muito.