Cena Política

Escolha do vice: Bolsonaro, como político, é um elefante dançando numa loja de porcelanas

Há quem brinque que, muitas vezes, o presidente se esforça e faz de tudo para perder a eleição. É como se fosse de propósito.

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Igor Maciel

Publicado em 28/06/2022 às 15:55
Análise
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A coluna comentou há alguns dias que o centrão estava preparando uma armadilha para Bolsonaro (PL) com Tereza Cristina (PP) sendo indicada para vice na chapa presidencial.

A ideia era ter uma espada sobre a testa do presidente por quatro anos. Com o centrão dominando o Congresso e Bolsonaro mantendo seu habitual índice de rejeição, uma vice palatável politicamente, coisa que o general Mourão não é, é a receita para o impeachment.

ISAC NÓBREGA
VICE - Comando do Centrão queria substituir o general Walter Braga Netto pela deputada e ex-ministra - ISAC NÓBREGA

Bolsonaro viveria sob constante ameaça e enterrado em chantagem no futuro. Um vice indicado pelo centrão, palatável politicamente, era suicídio. Mesmo que fosse a bem quista e elogiadíssima Tereza Cristina.

O presidente sabe disso e encerrou especulações, confirmando o general Braga Netto. Alguém em quem ele confia e que o centrão não confiaria para derrubar o presidente no futuro.

Fez de um arroubo. Sem combinar com ninguém, sem conversar com ninguém. Confirmou e pronto.

Além de seguir apostando no improviso, porque o lançamento do nome com mais planejamento teria condições de preparar o público para as “qualidades do general”, foi sem combinar com a própria base e com o centrão.

Tem gente que faz tudo certo do jeito errado.. Impressiona a habilidade que o chefe do Executivo tem para praticar isso. É como um elefante dançando numa loja de porcelana.

Resultado? O centrão agora começou a espalhar nos bastidores que “não acredita mais na reeleição” e “todos desanimaram”.

Essa é a senha para algo que já se imaginava, o centrão pode pular do barco bolsonarista até meados de julho ou início de agosto.

Há quem brinque que, muitas vezes, Bolsonaro se esforça e faz de tudo para perder a eleição. É como se fosse de propósito.

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