Existem afirmações que estão nos detalhes e pelos detalhes são definidas. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, está reclamando de oportunismo por parte de Marília Arraes (SD) no evento com Lula (PT) em Brasília.
É mais do que “bronca de mau perdedor” como alguns têm acusado. Ele tem sua parcela de razão.
É que esses eventos, por atraírem muitos parlamentares, precisavam ser quase cronometrados. Quem organiza prevê desde o número de deputados que vão posar para a foto até quantos segundos cada um vai passar no clique, a ser feito pela equipe do fotógrafo oficial do ex-presidente.
O motivo é que Lula tem uma agenda para seguir e não pode ficar fazendo 30 fotos com cada pré-candidato no Brasil. A questão de Siqueira, válida, é que houve um acordo para que todos cumprissem o protocolo, limitando-se à foto oficial, e Marília colocou alguém da equipe para fazer vídeos do “antes da foto”.
Dito isto, que a reclamação é válida, é preciso reconhecer a sagacidade da estratégia. Marília está em guerra e, numa guerra, a forma como você se comunica e faz as pessoas entenderem os fatos é muito mais importante do que os fatos.
Ucrânia
Um exemplo? Neste momento, a Ucrânia está sendo dizimada pela Rússia. Putin vence praticamente todas as batalhas e ocupa boa parte do território do inimigo.
Mas o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se comunica tão bem que temos a impressão de que a Rússia está sendo enxotada de volta para casa.
Guerrilha por Lula
Em sua guerrilha, a ex-petista foi sagaz em vender a imagem de que Lula está com Danilo “apenas por um acordo” e que, “na verdade, prefere ela”.
Enquanto o vídeo dela mostra um abraço, um beijo na mão, um cochicho, a foto do socialista, que obedeceu às regras, traz uma pose padrão.
Ela pode até estar perdendo a guerra por Lula, mas o público não sabe disso.
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