Cena Política

Danilo Cabral e equipe começaram a partir pra cima de Marília Arraes, após passagem de Lula

A desconstrução vai ser estruturada na atuação de Marília em Brasília, explorando votos dela contrários ao que defendem Lula e a esquerda. Ideia é surfar na onda da passagem do ex-presidente.

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Igor Maciel

Publicado em 27/07/2022 às 12:44
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Danilo Cabral (PSB) resolveu partir para o ataque contra Marília Arraes (SD). O movimento, do ponto de vista estratégico, é uma antecipação que se tornou necessária devido à situação do socialista nas pesquisas.

Os embates com Marília estavam previstos para a fase final da campanha no primeiro turno. A ideia era ir escalando nas pesquisas e ultrapassá-la na reta final, indo ao segundo turno.

A questão é que Danilo não está conseguindo tirar votos dos outros candidatos. Miguel Coelho (UB) e Raquel Lyra (PSDB) têm demonstrado resistência.

O ex-prefeito de Petrolina se mantém entre o terceiro e o quarto lugar. Raquel se segurou em segundo. O voto deles é regional, ligado às gestões que fizeram recentemente e seus eleitores rejeitam fortemente os socialistas. Não é boa fonte pro PSB.

Nas pesquisas que mostram alta rejeição a Paulo Câmara (PSB), por exemplo, chegando próximo a 70%, os números são piores em regiões como o Agreste, onde a cobrança de impostos atormenta comerciantes do Polo Têxtil.

A alternativa, então, foi investir mais cedo contra o palanque de Marília, aproveitando o impulso da visita de Lula a Pernambuco.

Não foi por acaso que, de uma hora para outra, Danilo, Teresa Leitão (PT) e Luciana Santos (PCdoB) partiram para a ofensiva.

A ideia é criar uma "onda" entre os eleitores petistas e lulistas hoje com ela, plantando o argumento de que ela não trabalha pela esquerda e que nem Lula a apoia (em referência aos dois dias que passou com Danilo).

A desconstrução vai ser estruturada na atuação de Marília em Brasília, explorando votos dela contrários ao que defendem Lula e a esquerda.

Em todo o momento, os socialistas buscam fazer conexões dela com o centrão e a centro-direita.

Há um levantamento sobre cada posicionamento dela nos quatro anos de mandato para serem utilizados de acordo com a situação.

O Marco Legal do Saneamento, no qual ela não votou (afirma que fez uma cirurgia no dia) e está sendo usado para criticar a deputada é só o começo.

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