Cena Política

Uma análise sobre a convenção do PSB que aconteceu ontem

Confira a coluna Cena Política deste sábado (06/08)

Igor Maciel
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Igor Maciel
Publicado em 06/08/2022 às 0:01
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Paulo Câmara discursa na convenção da Frente Popular ao lado de Danilo Cabral - FOTO: Reprodução
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A convenção do PSB deixou claros alguns pontos da argumentação de Danilo Cabral (PSB0 para ser apresentado como candidato. As lideranças que fizeram discurso no palco foram pródigas em expor isso, repetindo a mesma linha de pensamento. Foram bem orientados. A referência é à Educação e ao período em que Danilo foi secretário no setor. Apesar de a ideia ter surgido e as Escolas de Tempo Integral terem sido implantadas no governo de Jarbas Vasconcelos (MDB) com Mendonça Filho (UB), Eduardo Campos ampliou a iniciativa e, naquele período, o secretário era Danilo. Na convenção não se falou no período em que ele foi secretário das Cidades e responsável pelas obras referentes à Copa do Mundo que nunca ficaram prontas. Isso vai ser pauta para os adversários, claro.

Melhor de todos os tempos da última semana

Já que a ordem era fazer referência ao período do candidato na Educação, alguns dos que discursaram mergulharam fundo na ideia e repetiram que Danilo foi o “melhor secretário de Educação que o estado de Pernambuco já teve”. Para quem lembra da campanha de Geraldo Julio (PSB) pela prefeitura do Recife, passou um filme. O “Foi Geraldo que fez”, da época em que colocavam todas as realizações do estado no currículo do então candidato para dar algum volume na campanha, agora ganhou uma versão setorizada. De repente, só existe Educação em Pernambuco porque Danilo foi secretário em um mandato de Eduardo Campos.

Falando sério

O discurso de ser o “melhor secretário de Educação da História” é difícil de aceitar para quem acompanhou o trabalho de Mozart Neves Ramos e de Raul Henry (MDB), apenas para citar dois exemplos. Este, inclusive, estava no palco ao lado de Danilo, ouvindo a conversa sobre “não ter havido secretário melhor” que o atual candidato socialista.

Marília Arraes

Diferente do evento com Lula (PT) no fim do mês passado, a Frente Popular fez questão de esquecer Marília Arraes (SD). Na visita do ex-presidente havia uma preocupação tão grande em alfinetar a adversária, que lidera as pesquisas, que várias gafes foram cometidas, com os participantes trocando o nome das pessoas pelo dela. Dessa vez, havia uma preocupação em não fazer qualquer referência a ela.

Paulo Câmara

Chamou a atenção também a insistência em citar Paulo Câmara (PSB). Quem apostava que o roteiro do evento iria esconder o atual governador por causa de sua rejeição, se enganou. A campanha parece ter entendido que esconder é ruim e defender é bom. Muitos dos que fizeram discurso mencionaram Paulo e o defenderam.

Igual a Bolsonaro

O argumento de defesa é curioso. Falou-se muito nas dificuldades impostas pela pandemia, num tom de “poderia ter sido um governo melhor, mas as adversidades foram muitas. Chama a atenção porque é a mesma justificativa de Bolsonaro para sua própria rejeição. No caso do governador de Pernambuco, é bom dizer, a outra justificativa para as coisas não terem ido tão bem no estado é o presidente da República ser quem é.

Geraldo foi

O ex-prefeito do Recife estava lá. Sumido de todos os eventos desde que anunciou que não seria candidato ao governo, Geraldo Julio (PSB) esteve no palco, não foi muito mencionado, mas marcou presença. Ele e Paulo Câmara têm péssima relação e não se falam no dia-a-dia, mesmo um sendo secretário e o outro governador.

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