Cena Política

Uma análise, baseada nos dados do agregador JC/Oddspointer com as pesquisas em Pernambuco

Confira a coluna Cena Política desta quinta-feira (11/8)

Igor Maciel
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Igor Maciel
Publicado em 11/08/2022 às 0:01 | Atualizado em 11/08/2022 às 19:19
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PROPOSTAS Miguel Coelho propôs a Danilo Cabral realização de debate. Cabral chamou adversários de 'fujões' - FOTO: DIVULGAÇÃO
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Existem algumas palavras que resumem a situação de cada um dos candidatos ao governo do estado, de acordo com os resultados apresentados pelo agregador de pesquisas do JC com a Oddspointer. O agregador torna os dados mais estáveis e confiáveis.

Marília

E a primeira palavra-chave é exatamente “estabilidade”, referente à Marília Arraes (SD). As pesquisas vão se sucedendo, mas a variação das intenções de voto da candidata é mínima, quase imperceptível. Isso, mesmo após o candidato Danilo Cabral (PSB) ter sido oficializado e confirmado como o candidato de Lula (PT). O petista é o grande cabo eleitoral da eleição em Pernambuco. A resistência de Marília é o que mais atrapalha Danilo para conseguir votos dos eleitores lulistas. Enquanto ela estiver na primeira colocação, mantém-se como a melhor chance de vitória e impede que Lula a abandone completamente.

Raquel

Já para Raquel Lyra (PSDB) a palavra é “resistência”. Ela teve uma queda considerável quando Marília Arraes entrou no jogo eleitoral. Mas, segurou a segunda posição e resiste. A ex-prefeita de Caruaru tornou-se o principal entrave para que candidatos como Anderson Ferreira (PL) e Miguel Coelho (UB) cresçam com mais velocidade. O voto “duro” na região Agreste é o responsável por isso. Bem avaliada na região, Raquel tem uma base de eleitores, sejam eles bolsonaristas, lulistas ou de centro, que a apoia independente de bandeira ideológica. Não é por acaso que os rumores sobre desistência da candidata sempre foram intensos. O patrimônio eleitoral que a mantém em segundo lugar ajudaria Marília a crescer e também faria Miguel e Anderson descolarem da posição em que estão. Se vai continuar resistindo é difícil dizer. A tendência é que a polarização se transforme em fator de grande pressão. Quem não é Lula nem Bolsonaro pode “derreter”.

Miguel

Miguel Coelho (UB) tem boa parte de suas intenções de voto baseada na época em que o pai foi líder do governo Bolsonaro (PL). Isso tem sido uma grande dificuldade para crescer, porque quando ele ganha votos com a força das alianças que firmou, principalmente com prefeitos, perde pelo outro lado, na medida em que Anderson Ferreira (PL) vai ficando conhecido e se legitimando como o candidato oficial de Bolsonaro. Por isso, a impressão é que Miguel não cresce e às vezes cai. É como se estivesse havendo uma substituição. Para cada eleitor que entra nos acordos fechados com lideranças municipais, o ex-prefeito de Petrolina perde um eleitor bolsonarista que resolve votar em Anderson. A melhor forma de apresentar algum tipo de crescimento é convencer quem vai sair a ficar. A palavra chave de Miguel é “contenção”. Um grande passo foi dado esta semana com o anúncio do apoio do deputado estadual Cleiton Collins (PP) e da vereadora Michelle Collins (PP). Os dois são bolsonaristas e evangélicos, exatamente o público de Anderson que Miguel quer segurar com ele.

Anderson

Anderson Ferreira é o candidato com mais dificuldades por causa da rejeição de seu apoio nacional, o presidente Jair Bolsonaro, mas também é o que tem os votos mais garantidos. Quando se trata do presidente, o sentimento meio-termo é algo residual. Prevalecem o amor ou o ódio. Isso acaba se refletindo nas perspectivas de votação do postulante ao governo. A palavra chave para Anderson, neste momento das pesquisas, é “incerteza”. Há quem acredite que ele não consegue passar de onde está e há quem ache que ele é o único, neste momento, que já tem lugar certo no segundo turno, acompanhando a tendência atual de crescimento do presidente. Se conseguir tirar eleitores de Raquel e Miguel, passa de fase.

Danilo

Já Danilo Cabral (PSB) tem seus resultados até agora resumidos na palavra “esperança”. E ao contrário do que parece, não é algo bom. É ruim, porque a esperança tem prazo de validade. Quem só tem esperança e nunca realiza, a vê se transformar em sonho. Este colunista e qualquer analista político, neste momento, aposta que o candidato do governo do estado e da Frente Popular vai crescer. A expectativa, neste momento, é a de que Danilo chegue a 20% nas próximas semanas, acumulando um crescimento em paralelo com Anderson e disputando com o candidato bolsonarista uma vaga no segundo turno. A outra vaga estaria garantida para Marília. O problema é que isso já deveria estar apresentando sinais e, até o momento, Danilo não ultrapassou os 5% no agregador de pesquisas JC/Oddspointer. Segue a espera.

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