A ausência de Marília Arraes (SD) em algumas agendas começou a chamar a atenção e tem gerado comentários nas campanhas adversárias que a acusam de “salto alto”. Ela já havia deixado de ir para uma sabatina em Caruaru, na Rádio Jornal, na semana passada. Antes disso, o primeiro debate promovido por uma rádio, no interior, contou com todos os candidatos, menos Marília. Esta semana, uma agenda da candidata para participação em um podcast de grande audiência no Recife foi outra ausência. Nesta terça-feira (30) surgiu a informação de que ela teria cancelado mais uma entrevista, desta vez numa rádio evangélica.
Agenda
A equipe tem argumentado que os convites estão sendo atendidos de acordo com a possibilidade da agenda dela, que “estaria muito lotada”. A justificativa não convence os adversários, já que as agendas de sabatinas e debates são as mesmas para todos, por imposição da Lei Eleitoral. Esses adversários acusam nela um “sentimento de que já venceu a eleição” ou que ela estaria evitando falar muito para não correr o risco de perder eleitores ao defender suas ideias. Preservar a imagem é uma estratégia de quem lidera pesquisas com folga. Então não seria uma novidade. O problema é que tem muito candidato na História que já perdeu a eleição com isso. E a eleição deste ano em Pernambuco não tem apenas um ou dois adversários competitivos. São quatro, todos muito fortes.
Prazo
Oito dias mais. Dez no máximo. É o prazo que aliados da Frente Popular estão dando para que Danilo Cabral (PSB) reaja nas pesquisas. Depois disso, vão “procurar outra freguesia”. A data, estipulada por uma fonte em um partido aliado, bate com o que a coluna já havia escrito sobre a disposição desses apoios esperarem até duas semanas de guia eleitoral para dar a chance de Danilo ficar conhecido e escalar nas intenções de voto. Com os programas eleitorais no ar desde o último dia 26, a tensão tem aumentado.
Quem aproveita Lula
Nas pesquisas internas feitas pelos partidos, o que já se percebeu é que Teresa Leitão (PT) está capitalizando o apoio de Lula (PT) em Pernambuco, mas Danilo não consegue acompanhar o ritmo. É como se o eleitor acreditasse na referência em relação à candidata ao Senado, mas não “botasse fé” na proximidade entre o socialista e o líder petista. O próprio Lula contribuiu muito para isso, demonstrando pouca afinidade com Danilo na pré-campanha, enquanto aparecia sempre muito próximo de Marília Arraes (SD).
Prefeitos
O fiador de muitos acordos entre prefeitos do interior ou candidatos a deputado e a chapa de Danilo é o governador Paulo Câmara (PSB). Há quem acredite que alguns desses prefeitos vão aguardar um direcionamento de Paulo antes de decidirem para onde vão, caso tenham que “desembarcar”. Segundo uma fonte que conversou com a coluna, terá que ser “alguém em quem Paulo confie e não há opções assim entre os adversários”.
Miguel em Caruaru
Miguel Coelho (UB) esteve em Caruaru para participar da sabatina da Rádio Jornal. O programa de governo, apresentado na entrevista, é muito abrangente. A conta para bancá-lo é ousada. Miguel usa como exemplo Petrolina, para tudo. Ao ser questionado sobre a ajuda que teve do governo federal, já que o pai era líder do governo Bolsonaro (PL), explica que era prefeito também quando o presidente era Michel Temer (MDB). A questão é que, com Temer, era o irmão de Miguel quem estava no governo, como ministro. Sem ajuda externa, o plano do candidato, de reduzir impostos, dar isenção fiscal para empresas e ainda fazer investimentos na infraestrutura dependerá essencialmente de concessões à iniciativa privada. A ideia é ótima, mas depende de o setor privado querer assumir empresas como a Compesa ou equipamentos como a Arena Pernambuco. No caso do estádio, o governo do PSB tenta há anos e não encontra interessados.
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