O que chamou a atenção na última pesquisa do Ipec com os candidatos ao governo de Pernambuco foi a rejeição dos candidatos. Quando a campanha vai à rua, a tendência é que a rejeição aumente. Toda exposição, em um ambiente político que é mal visto pela sociedade, acaba fazendo com que a antipatia cresça em relação aos candidatos. A regra se cumpriu com o candidato Pastor Wellington (PTB) e com Danilo Cabral (PSB). O primeiro viu a rejeição quase duplicar. O socialista também viu seus números piorarem. Danilo tem a maior rejeição entre os eleitores pernambucanos. Anderson Ferreira (PL) manteve seu nível de rejeição. Mas, Miguel Coelho (UB), Marília Arraes (SD) e Raquel Lyra (PSDB) melhoraram. A exposição está fazendo com que o número de pessoas que dizem não votar de jeito nenhum neles diminua. O dado ainda mais interessante é que Raquel Lyra, a menos rejeitada de toda a disputa, ainda cresceu nas intenções de voto (Marília ficou estável e Miguel caiu). Significa que ela está conseguindo atrair novos eleitores, sem provocar afastamento e antipatia. Por enquanto, é o bônus, sem ônus. Coisa rara em política.
Armando está dentro
Ao contrário do que chegou a ser comentado nos bastidores, Armando Monteiro Neto (PSDB) segue participando da campanha de Raquel Lyra (PSDB). Defensor ferrenho do nome da ticana para o governo do estado, o ex-senador e ex-ministro não tem sido visto em agendas públicas, mas segue bem ativo nos bastidores da campanha e participa normalmente das reuniões do conselho político da chapa. Armando chegou a ter seu nome testado para o Senado e aparecia bem nas pesquisas, mas por decisão pessoal preferiu ficar nos bastidores.
Recibo
A campanha de Lula (PT) parece ter sentido mais o protagonismo de Simone Tebet (MDB) no debate da Band do que o palanque de Bolsonaro (PL). Enquanto a militância bolsonarista se preocupou em atacar Soraya Thronicke (UB), chamando-a de “traidora” nas redes sociais, os lulistas partiram para tentar desconstruir Tebet. Rapidamente, espalhou-se na militância petista uma lista com votações da emedebista, destacando as vezes em que ela votou projetos do Executivo no Senado, que segundo as postagens eram “pautas de Bolsonaro”. No grupos de whatsapp surgiram vários materiais gráficos “orientando” que ela não era uma opção, porque votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT). Como essa reação petista só ocorreu quase 48h depois do debate, e a campanha tem pesquisas internas diárias avaliando o humor dos eleitores, ficou bem claro que o maior prejudicado com o crescimento de Tebet, caso isso aconteça, seria Lula. Por isso a reação. Ainda não houve pesquisa pública com coleta de entrevistas após o debate para avaliar, mas o Datafolha mediu com eleitores indecisos os efeitos do encontro e quem se saiu melhor foi Tebet, seguida por Ciro Gomes (PDT). Difícil imaginar uma mudança muito grande nas intenções de voto em pouco tempo. Mas o PT está passando recibo de que se preocupou.
Teresa
Como a coluna antecipou ontem, Teresa Leitão (PT) está conseguindo capitalizar o apoio de Lula (PT) em Pernambuco e já lidera a eleição pelo Senado com 15%. Danilo Cabral (PSB), o candidato a governador em sua chapa, chegou a 8%, pouco mais da metade. Não se trata mais de as pessoas saberem que Lula apoia o socialista. Fato é que a rejeição dele aumentou, mesmo com o eleitor conhecendo o apoio do ex-presidente. É preocupante para o candidato, porque o PT não pode fazer nada além de emprestar a foto de Lula ao PSB. O vídeo do chefão petista se repete quase todo dia no guia eleitoral pedindo votos para ele, em específico. Mas tem sido mais efetivo para Teresa que parece aproveitar parte dos votos destinados a outra candidata ao governo: Marília Arraes (SD). Como declarou uma fonte ligada à campanha de Teresa, “ela não vai negar voto nem carinho de ninguém”. E está favorita.
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