Faltar aos debates é uma estratégia válida, mas denota certo desprezo com o eleitor. A justificativa de que vai ser “atacado” ou “atacada” e que não conseguirá apresentar propostas é uma demonstração de desconhecimento total do propósito de um debate. Nenhum candidato está ali para apresentar propostas. Isso é feito no guia eleitoral ou nos discursos de palanque. No debate, o candidato vai para mostrar como se comporta sob pressão e como consegue desenvolver seus argumentos tendo os oponentes como questionadores. É um teste e não uma plataforma de propostas. É um teste pelo qual todos os candidatos precisam passar se querem assumir o cargo em que a pressão é mais presente em toda a administração pública estadual.
Teste de pressão
Faltar aos debates é sinal de despreparo ou desprezo pela responsabilidade que cada um desses candidatos se propõe a assumir. Marília Arraes (SD) tem faltado aos debates como estratégia de campanha. No mais recente, além dela, Anderson Ferreira (PL) também levou falta.
Imprevistos devem ser respeitados, mas não se tratam de imprevistos, porque os debates são agendados com bastante antecedência e basta olhar o Instagram dos candidatos para saber onde eles estavam naquele momento.
Querer ser governador ou governadora de um estado como Pernambuco, cheio de problemas, com gargalos importantes, onde a pressão política e administrativa é gigantesca é uma demonstração muito ruim num momento em que todas as pequenas atitudes, cada pequeno passo, ação ou palavra importa para convencer o eleitor que dias melhores virão.
Arrogância e desprezo pelo debate é algo que não combina com quem quer liderar com responsabilidade e sensibilidade.
Interesse nos candidatos
As buscas no Google mostram um termômetro do interesse do eleitor sobre os candidatos e sobre temas abordados por eles.
Durante o debate da Band, por exemplo, as buscas por Simone Tebet (MDB) dispararam. O interesse por conhecer a candidata cresceu e preocupou o PT, por exemplo.
Em Pernambuco, a reportagem do JC fez um levantamento sobre as buscas aos cinco principais candidatos separado por cidade e o resultado traz alguns fatos importantes.
Um deles é a falta de interesse por Danilo Cabral (PSB).
Danilo é um candidato desconhecido do grande público. Apesar do trabalho como deputado, é bom lembrar que atuações legislativas costumam acontecer dentro de um público específico. Danilo nunca disputou um cargo majoritário e é natural que, ao ser anunciado como candidato do PSB e do governo, houvesse interesse em conhecê-lo melhor. Não há.
No levantamento, só há buscas pelo nome de Danilo, nos últimos 30 dias, em cinco cidades, entre os 184 municípios.
O maior volume de buscas é no lugar onde ele nasceu, em Surubim. Depois vem Garanhuns. Em seguida, Recife, Olinda e Jaboatão.
Mesmo assim, no Recife ele é menos buscado do que Marília Arraes (SD) e Raquel Lyra (PSDB) e em Olinda é o menos procurado dos candidatos, empatado em último com Anderson Ferreira (PL).
Positivo
O levantamento, realizado pelo repórter Augusto Tenório, tem um ponto muito positivo para o candidato da Frente Popular e isso precisa ser observado. As buscas aumentaram bastante após o início do guia eleitoral. Na estreia dos programas em Rádio e Televisão, Danilo foi o mais buscado e depois aumentou a média diária em cerca de 50% do que vinha apresentando antes, apesar de essas buscas serem muito concentradas em Surubim, Garanhuns, Olinda, Recife e Jaboatão.
O fato é que a exposição fez com que houvesse um interesse maior em conhecer o candidato.
Nesta semana
Sobre o desempenho de Danilo, uma fonte da coluna, que acredita fortemente no crescimento do candidato, argumentou que, com a próxima pesquisa divulgada, já vai ser possível dizer se o socialista chega ao segundo turno ou não.
Segundo ele, com quase duas semanas de guia já será possível avaliar algo com mais consistência. Aguarda-se.
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