O deputado Luciano Bivar, que preside o União Brasil, agora é centro de nova polêmica. Candidato a deputado federal, o ex-ministro Mendonça Filho (UB) reclama que a direção estadual, sob ordens de Bivar, o destituiu ilegalmente da direção municipal do partido, no Recife.
Isso teria acontecido no início do processo eleitoral, mas só veio à tona agora. O caso está na Justiça, porque, segundo Mendonça, foi feito de forma ilegal.
Na última semana, Mendonça e Fernando Filho (UB), que também disputa vaga de federal, teriam sido cortados do guia eleitoral. Só quem aparece nos programas de TV e Rádio é Bivar e os outros candidatos que podem fazer base para ele.
Completando a ópera-bufa, ainda segundo Mendonça Filho, Bivar estaria retendo doações feitas por pessoas físicas com o ex-ministro como destinatário. Doadores enviam o dinheiro, o partido recebe, mas não repassa para a campanha do ex-ministro. É como se fosse uma tentativa de Bivar com o objetivo de asfixiar a candidatura de quem pode ter mais votos do que ele, enquanto tenta reforçar a base (abaixo dele) para ter garantia de ser reeleito.
Mendonça caminha, junto com Fernando Bezerra Filho, para ter a maior votação da sigla.
PSL e DEM
No plano nacional, sem conseguir brigar com ACM Neto (UB) ou Ronaldo Caiado (UB), Bivar precisou se render ao grupo. Desistiu de brigar por Sergio Moro e depois desistiu de ser candidato a presidente.
Agora, tenta medir forças em âmbito regional. Bivar comandava o PSL como uma autocracia quando se fundiu ao DEM e formou o União Brasil. Estava acostumado a ter a primeira e a última palavra. Por isso o problema, agora, de achar que pode continuar igual.
Ou a instituição transforma o autocrata ou o autocrata transforma a instituição. O processo está em curso em Pernambuco.
Ainda há tempo para entendimento, segundo os envolvidos. Mas é curto, porque a campanha só tem mais 20 dias.
Marina e o PT
Em 2014, quando a campanha do PT percebeu a chance de Marina Silva (Rede) ir ao segundo turno as propagandas do partido começaram a mostrar famílias à mesa, preparando-se para a refeição. Ao longo da narração, que falava sobre a possibilidade de Marina, “aliada a banqueiros”, ser presidente, os pratos iam sumindo da mesa. A violência era maior por Marina ser quem é: alguém que já passou fome.
Antes disso, quando ministra do Meio Ambiente, Marina foi obrigada a pedir demissão após um longo período de “fritura”, no então governo Lula (PT). O próprio presidente da República à época é apontado como origem da pressão para que ela se demitisse. Um dos atritos com ela teria sido porque o governo pretendia expandir plantações na Amazônia e ela era contra.
A polêmica pública foi com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que defendera a expansão do plantio de cana na floresta. Em 2006, a área da ministra já havia sido alvo de críticas internas pela suposta "lentidão do Ibama" na "concessão de licenças ambientais para obras de infraestrutura".
Era o "passar a boiada" da época.
Quando ela pediu demissão, Lula aceitou de imediato.
Por essas e por outras, a mágoa da ex-senadora e ex-ministra com o atual candidato à presidência era grande e bem justificada. Só era.
Conveniência reflorestadora
Marina Silva fez foto com Lula e já pede votos para ele outra vez. Nesta eleição, se há alguém que já está eleita é a conveniência. Esta, venceu a eleição com folga há muitos meses.
Porque, para derrotar Bolsonaro (PL) por causa do desprezo que ele teria pela Amazônia, vale até uma ambientalista pedir votos por seu ex-chefe, de quem se afastou porque o governo dele desprezou em alguma medida a Amazônia, na época.
Marina pediu demissão do governo Lula em 2008 por causa do “desrespeito do gestão petista com a floresta” e agora apoia Lula por causa do “desrespeito dos bolsonaristas com a floresta”. Contradição? Não. Conveniência.
Nada é mais reflorestador do que a expectativa de poder.
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