Raquel Lyra (PSDB), por enquanto, é a candidata que mais preocupa a campanha de Marília Arraes (SD). A verdade é que uma disputa de segundo turno com Anderson Ferreira (PL) ou Danilo Cabral (PSB) pode ser facilitada, para a neta de Arraes, por causa da rejeição alta dos dois.
Um carrega Paulo Câmara (PSB) e o outro tem Bolsonaro (PL) na garupa. Curiosamente, caso disputem o segundo turno com ela, cada um terá um argumento de rejeição para jogar na adversária. Anderson dirá que Marília é uma continuidade do PSB e Danilo dirá que ela é aliada de Arthur Lira e, consequentemente, de Bolsonaro. Mas são argumentos de pouca consistência e é mais fácil administrar.
Já no caso de Raquel Lyra, com a rejeição mais baixa da eleição, a história é outra. A tucana também seria uma opção mais segura para os prefeitos que hoje estão com Danilo, Anderson e Miguel do que Marília e isso fortalece Raquel.
Como a rejeição muito baixa é um problema para os adversários, é de se esperar que alguns ataques comecem a surgir nas redes sociais nos próximos dias contra a ex-prefeita de Caruaru, tentando criar algum tipo de desconfiança e tirar ela dessa posição confortável.
Pesquisa
Esta semana, uma das muitas pesquisas apresentadas sobre a eleição em Pernambuco abordou a intenção de voto para o segundo turno, com o potencial de cada candidato. Confirmando a suspeita do texto acima, Raquel mostrou-se mais competitiva contra Marília do que os colegas. É a maior preocupação para a candidata do Solidariedade.
Bolsonaro
A visita de Bolsonaro (PL) a Pernambuco, participando de uma motociata no Agreste é um refresco para Anderson Ferreira (PL), uma tentativa de transferir votos bolsonaristas para o ex-prefeito de Jaboatão. Acontece que ele não tem conseguido aproveitar o potencial de votação do atual presidente no estado,, porque Miguel Coelho (UB) investe sobre esse público. O ex-prefeito de Petrolina começou a fazer motociatas pelo estado e mirou comparações com Anderson nos últimos dias. Fez questão até de destacar declarações dele e de Anderson numa sabatina, afirmando que falava a verdade e o adversário não. O problema, para Anderson, é que a rejeição de Bolsonaro é de 60% e o bônus traz ônus. Miguel briga só pela “parte boa”.
Lula se dá bem
O publicitário pernambucano Marcelo Teixeira, da Makplan, com experiência em dezenas de campanhas nacionais e regionais ao longo dos anos, vem acompanhando de perto a eleição em vários estados do país. Baseado em levantamentos que está produzindo, afirma que deve haver segundo turno em três deles que muitos acreditavam estarem resolvidos mais cedo. O que pode ser bom para Lula (PT) porque eram locais em que os candidatos dele perdiam e não fariam campanha num eventual segundo turno nacional. Estando em campanha, manterão as bases para o PT.
Minas, Bahia e Distrito Federal
Teixeira explica que os três candidatos que lideram, em MG, BA e no DF, têm “andor de madeira de lei, mas não tem santo e, eleição majoritária, tal qual procissão, tem que ter santo”. De fato, ACM Neto (UB), na Bahia; Romeu Zema (Novo), em Minas, e Ibaneis Rocha (MDB), no DF, procuram evitar rejeições não declarando um candidato a presidente. Os três tinham larga vantagem e estão vendo essa frente diminuir nas pesquisas.
São Paulo
O publicitário pernambucano também falou sobre São Paulo. Ele tem convicção de que o segundo turno será entre Fernando Haddad (PT) e Rodrigo Garcia (PSDB) (Tarcísio deve ficar para trás) e que, sendo assim, Garcia “deve ser reeleito”. Nesse caso, a máquina conta e a força dessa estrutura é o que dá sentido ao resultado, segundo ele.
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