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Cena Política: Lula deve apoiar Marília que também pode receber apoio do PSB

Partido que ela tanto criticou, está discutindo apoiá-la. E agora?

Igor Maciel
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Igor Maciel
Publicado em 07/10/2022 às 0:01
Tiago Calazans
Marília Arraes (SD) - FOTO: Tiago Calazans
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O apoio do PT e de Lula (PT) à candidatura de Marília Arraes (SD) é a lógica. No primeiro turno da eleição em Pernambuco, a candidata conseguiu praticamente anular os benefícios que o ex-presidente poderia entregar à Frente Popular. Danilo Cabral (PSB) dependia muito dessa vinculação e mesmo com Lula vindo aqui e pedindo votos para ele, não adiantou.

Ter uma candidata ao Senado na chapa, petista, também não resolveu. Teresa Leitão (PT) foi eleita senadora com dois milhões de votos. Danilo teve 800 mil. Lula não funcionou para o socialista porque estava com Marília, se não em corpo, no pensamento do eleitor.

Com tudo isso, a candidata que agora disputa o segundo turno alcançou 23% da votação final.

É absolutamente natural que Lula a apoie como é absolutamente natural que Raquel Lyra (PSDB), sua adversária, siga sem pedir votos para Bolsonaro (PL) ou para Lula (PT) diretamente. Foi fazendo assim que ela chegou aos 20% e garantiu vaga no segundo turno.

Petistas com Raquel?

A campanha de Raquel recebeu sinalizações de petistas, principalmente depois que o ex-presidente telefonou para o ex-governador João Lyra Neto (PSDB), para lamentar a morte do marido da candidata. As especulações cresceram sobre a hipótese de Lula declarar apoio à Raquel se houvesse acordo em São Paulo e Rio Grande do Sul com o PSDB. Mas, isso não vingou por lá.

Um membro da campanha tucana em Pernambuco garante que ela não pedirá votos para Bolsonaro, todo o resto está em discussão para ser resolvido nos próximos dias. Apesar da sinalização do PT, a coluna apurou que dois dos quatro prefeitos petistas em Pernambuco buscaram Raquel para oferecer apoio.

PSB com Marília?

Com a confirmação do apoio do PT, será curioso ver o que fará o PSB. Desde que terminou o primeiro turno, Marília tem dito que mesmo a votação não tendo sido a esperada, “ao menos já derrotou o PSB”. Os socialistas irão apoiá-la e ela irá aceitar?

Cadê Luciana?

Ainda no primeiro turno, Marília Arraes (SD) foi citada pelos adversários como “extensão do PSB”. Ela não chegou a rebater, porque não compareceu em nenhum dos debates. A própria adversária dela neste segundo turno, Raquel Lyra (PSDB) chegou a usar uma expressão que viralizou, ao dizer que Marília era “Paulo Câmara na veia”, em alusão ao nome da coligação “Pernambuco na Veia”.

Por isso, chamou a atenção esta semana quando vários partidos da Frente Popular, comandada pelo PSB, declararam apoio à Marília. Um, em específico, foi mais comentado: o PCdoB. Porque Luciana Santos, presidente nacional do partido comunista, não estava lá. É que ela é a atual vice de Paulo Câmara no governo do estado e chegou a ser candidata a vice, novamente, na chapa de Danilo Cabral (PSB).

Ela já foi fator de críticas na formação do palanque da Frente Popular, meses atrás, exatamente porque vinculava o governo de Paulo e do PSB, com rejeição altíssima, ao candidato socialista. “Ela jogou Paulo dentro da chapa. E a rejeição dele era algo que Danilo foi obrigado a carregar por isso. Ficou difícil se desvincular”, explicou uma fonte do PSB à coluna, após o resultado.

Agora, num momento em que PCdoB, Republicanos e PDT anunciaram apoio à Marília, faltou Luciana Santos na foto. O PCdoB foi representado pelo deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB). Luciana não foi para não aparecer na imagem com Marília?

O que Luciana disse de Marília

O clima pode não ser muito bom entre elas também. Afinal, Luciana foi usada pelo PSB, junto com Teresa Leitão (PT), como artilharia contra Marília no primeiro turno. “Não basta ser mulher, tem que ser mulher com compromisso com o povo brasileiro. E se ausentar, nos momentos mais importantes, nesse último período de resistência a Bolsonaro, é inaceitável!”, reclamou Luciana, referindo-se à candidata que hoje é apoiada por ela e por seu partido.

É preciso perguntar se a vice-governadora agora acredita que Marília é “aceitável”.

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