Cena Política

Cena Política: A comparação de currículos e gestões pautou o debate

Confira a coluna Cena Política desta sexta-feira (28)

Igor Maciel
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Igor Maciel
Publicado em 28/10/2022 às 0:25 | Atualizado em 28/10/2022 às 0:26
VINICIUS LOURES/AGÊNCIA CÂMARA E DIVULGAÇÃO
Marília Arraes e Raquel Lyra disputam o segundo turno em Pernambuco - FOTO: VINICIUS LOURES/AGÊNCIA CÂMARA E DIVULGAÇÃO
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É preciso entender algo sobre o debate da quinta-feira (27) entre Marília Arraes (SD) e Raquel Lyra (PSDB): era a última chance de ultrapassagem entre elas. Ontem à tarde, a coluna ouviu de um integrante da equipe da candidata do Solidariedade que a última esperança estava nesse debate, porque até o último dia de propaganda eleitoral, nesta sexta-feira (28) ficou perdido em meio aos direitos de resposta que a tucana ganhou.

A diferença entre as duas não é pequena, por mais que em percentual pareça algo mais próximo. Considera-se que cada ponto na pesquisa equivale a mais de 50 mil votos em Pernambuco. Com oito pontos de liderança, Raquel tem cerca de 400 mil votos de vantagem. Com a margem de erro pode se aproximar de 600 mil. Estamos falando de quase metade de toda a votação de Marília Arraes no primeiro turno.

Como alcançar Raquel nessas condições? Indo ao ataque, mas com muito cuidado. E foi o que vimos no debate da Rede Globo. O formato facilita isso, desde que a candidata tenha desenvoltura para se movimentar e saiba administrar bem o seu próprio tempo.

O ideal é conseguir responder sempre finalizando a fala com uma pergunta, para não dar tempo de a adversária pensar. Na teoria até é fácil de entender, simples de formular.

Na prática, o cansaço, o nervosismo e, algumas vezes, a falta de conteúdo para se prolongar ou para saber a hora de parar podem atrapalhar bastante. E não é coisa de outro mundo. Acontece de você errar. Mas, há prejuízo. No debate da Band, com regras parecidas, Lula (PT) se atrapalhou e deixou Bolsonaro (PL) com 5 minutos no final para falar o que quisesse.

No debate da Globo, Marília precisou se equilibrar para não ser agressiva ao ponto de aumentar sua própria rejeição, como já aconteceu nas últimas semanas, embora ela não pudesse ficar muito quieta, já que está em desvantagem e tem uma diferença muito grande pra tirar. Ela cumpriu o objetivo.

Marília não falou em "Raquelândia", não insistiu com o argumento "Funase" e evitou ironias que eram recorrentes nos debates anteriores.

Adjetivos se espalharam. "Leviana", "mentirosa", etc. Mas não chegaram nem a garantir direito de resposta.

Por outro lado, salvo por uma derrapada muito séria, Raquel Lyra que entrou com vantagem no debate dificilmente sairia perdendo. Uma fonte que conversou com a coluna algumas horas antes brincou: "precisa ter um fato novo como violência física pra poder mudar alguma coisa". Isso não houve e o jogo terminou empatado.

Como o equilíbrio era a regra para as duas, chamou a atenção a comparação de experiências. Raquel apostou na gestão exitosa em Caruaru, sempre com a tentativa de desconstrução da adversária.

Marília se arriscou, dessa vez, e resolveu dedicar um bom tempo para explicar o que fez quando foi secretária da gestão de Geraldo Julio (PSB) no Recife. Sim, ela foi secretária de Geraldo e pareceu evitar falar no assunto no debate da TV Jornal. Ontem, não fugiu do assunto.

Agora, é esperar o voto.

O tamanho de Túlio

Túlio Gadêlha (Rede) foi bastante comemorado como apoio na campanha de Raquel, esta semana. Ele agrega voto. O deputado foi reeleito com o apoio de mais de 130 mil eleitores. Como ninguém tem total domínio sobre todos os votos que recebe, a equipe da tucana considerou que ele pode transferir até metade disso, talvez um pouco menos. Mesmo assim, se trabalhar de verdade, Túlio pode garantir cerca de 1% a mais na conta final. É muito.

Mas o maior símbolo do apoio do deputado é agregar Lula (PT) ao palanque do PSDB em Pernambuco e ter garantido a maior parte da Rede, de Marina SIlva, no palanque de Raquel. Na reunião que decidiu quem apoiar, a maioria dos presentes escolheu a ex-prefeita de Caruaru. O problema é que o partido exigia que ela declarasse voto no petista à presidência. Ela não fez isso. Resultado, a sigla foi para Marília, mas Raquel ficou com o conteúdo.

Findou

Hoje é o último dia da propaganda em rádio e TV. Desde ontem, comícios já não são permitidos. O Brasil entra, agora, nos momentos finais de reflexão do eleitor antes de ir à urna. O problema é que o clima não está fácil. Não é fácil fazer reflexão para o domingo (30) quando todo mundo está sonhando com a segunda-feira (31)

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