Cena Política

Bolsonaristas ajudaram o PT a interferir nas empresas públicas mudando a Lei das Estatais

Sem o apoio de parlamentares do PP, PL e Republicanos, mudança no texto que vai permitir interferência do PT em empresas como a Petrobras não teria sido aprovada. E não é a primeira vez que eles trabalham juntos.

Igor Maciel
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Igor Maciel
Publicado em 15/12/2022 às 11:04
Ricardo Stuckert/ PT
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) e o futuro presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). - FOTO: Ricardo Stuckert/ PT
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Atenção, você cuja vida nos últimos tempos passou a ser resumida pela missão de dividir o mundo entre bolsonaristas e petistas, na toada abjeta de se vender como algo diferente e melhor enquanto aponta o dedo para o outro lado com adjetivos que antes só eram utilizados para definir criminosos de guerra.

A mudança na Lei das Estatais acabou sendo mais uma oportunidade para exemplificar como os ídolos de vocês não apenas provocam os mesmos sentimentos ruins, cheios de raiva no íntimo de seus seguidores como também se unem se comparam na hora de aprovar projetos que beneficiem um Brasil que é só deles.

Sabe a mudança na lei que vai facilitar a formação do governo Lula e aumentar a possibilidade de interferência nas empresas públicas, a Lei das Estatais, praticamente desfigurada esta semana? Os deputados bolsonaristas votaram em peso para aprovar.

Sim, os mesmos que diziam que se o PT vencesse a eleição, iria voltar a corrupção na Petrobras e em outras estatais, votaram para permitir que o PT fique mais perto de fazer isso. A modificação no texto, inclusive, foi de uma deputada do PL, o partido de Bolsonaro (PL), Celina Leão (PL).

Parlamentares do PL, PP e Republicanos, que integraram o palanque do atual presidente e gritaram onde puderam que, se o PT voltasse, "as empresas públicas seriam assaltadas” garantiram a aprovação.

Não é a primeira vez que petistas e bolsonaristas concordam no Congresso e não está acontecendo agora, apenas porque Lula venceu. Sempre que a interessada era a classe política, por mais que prejudicasse o país, esquerda e direita votaram juntos.

Ou você acha que a PEC Kamikaze, que permitiu a Bolsonaro estourar o teto de gastos para aumentar o Auxílio Brasil e pagar auxílio a taxistas e caminhoneiros antes da campanha eleitoral não teve o apoio da esquerda? Teve. Aprofundou o buraco financeiro do país e contou com a união de lulistas e bolsonaristas no Congresso.

Agora, uma nova PEC, chamada de PEC da Transição, que fura o teto do mesmo jeito, está para ser aprovada, também por bolsonaristas e petistas.

Quem está garantindo essa votação? Arthur Lira (PP), o presidente da Câmara que você deve conhecer como o “candidato de Bolsonaro” ou como o “aliado de Bolsonaro”. Pois ele é quem mais está ajudando o PT nessa aprovação.

Lira, apoiador do governo Bolsonaro, para quem não lembra, foi eleito com os votos da esquerda para a chefia do Legislativo. Na época, socialistas do PSB que votaram nele diziam que “o Congresso é um mundo à parte” e “essas coisas aconteciam”.

O importante, para fixar bem o propósito deste texto, é que se você desfez amizades, brigou, discutiu, intrigou-se de alguém para defender seu candidato na última eleição, parou de se relacionar com algum familiar, precisa saber que, passada a eleição, seus ídolos e seus inimigos estão trabalhando juntos para prejudicar o país em função do benefício deles próprios.

Você que viajou e ainda viaja por falácias ao longo dos últimos meses, seja nas redes sociais brigando ou plantado em frente a quartéis, seja bem vindo à realidade, querendo aceitá-la ou não.

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