A amplitude planejada para o discurso de João Campos
São esperados recados amplos na construção dos discursos sobre a capacidade de diálogo, de união e de inovação do socialista. Nada por acaso, lógico.
Normalmente, candidatos à reeleição costumam demorar mais para colocar a campanha nas ruas. Como estar na cadeira é uma vantagem considerável, é natural que toda a oposição já esteja nas ruas quando o incumbente ainda está fazendo a leitura do tabuleiro. João Campos (PSB) decidiu fazer diferente e não vai perder tempo. A informação é que ele deve fazer atos já nesta sexta-feira (16) e seguirá pelo fim de semana, que será o primeiro da campanha oficial.
Redes
Há algumas dúvidas sobre o formato que o atual prefeito vai utilizar nas redes sociais, onde é muito forte. Tem muita gente de olho numa possível confusão entre a agenda de prefeito e a de candidato nas redes. Mas a equipe de campanha já teve algumas orientações sobre como deve agir para não se complicar na Justiça Eleitoral.
Amplitude
A campanha de Campos, basicamente, vai mostrar o trabalho dele como prefeito ao longo do mandato, claro. Mas são esperados recados mais amplos na construção dos discursos sobre a capacidade de diálogo, de união e de inovação do socialista. Nada por acaso, lógico. Há quem aposte na ampliação da campanha para que ele exerça influência em outros municípios também, já de olho em 2026.
Começou
Hoje começa oficialmente o período eleitoral. Daqui até a semana da eleição, no início de outubro, os brasileiros serão obrigados a conviver, no mínimo, com poluição visual, barulho, motociatas, carreatas, entre outras peculiaridades de um pleito que envolve algumas centenas de candidatos a prefeito e milhares de candidatos a vereador, só em Pernambuco. Por isso, o trabalho da Justiça Eleitoral é tão importante, ordenando a disputa e ajudando a manter o mínimo de tranquilidade possível para os eleitores que não estão envolvidos diretamente com as eleições.
Viralizar
Para além da Justiça, o diretor geral do TRE em Pernambuco deu uma dica, durante entrevista ao Passando a Limpo, na Rádio Jornal, do que os eleitores podem fazer. "Façam fotos, vídeos, e coloquem nas redes sociais. Viralizem atitudes de candidatos que não respeitam o cidadão", disse. O argumento é correto. Não há nada pior para um candidato do que ficar conhecido em público como alguém que não respeita o ir e vir da população espalhando bandeiras e atrapalhando o acesso nas calçadas, perturbando o sossego com barulho em horário indevido ou sujando as ruas.
Vota em outro
A ideia vale para os santinhos espalhados em dia de votação e para candidatos que tiram o sossego dos eleitores disparando mensagens em redes sociais sem autorização do eleitor. Um atento leitor da coluna lembra que criou uma regra para ele próprio: não vota em candidato que o incomoda. Diz que já mudou o voto na porta do local de votação ao esbarrar com "santinhos" do candidato emporcalhando a calçada. "Votei no inimigo dele", conta com bom humor.
Quase 20 dias depois
As eleições da Venezuela aconteceram em 28 de julho. Lula (PT) demorou 18 dias inteiros para dizer que "não reconhece a reeleição" de Nicolás Maduro. Numa entrevista a uma rádio do Paraná declarou, como se deixasse escapar quase sem querer: "Ainda não [reconheço o resultado], ele [Maduro] sabe que está devendo uma explicação para a sociedade e para o mundo".
Nova chance
O ditador venezuelano não está preocupado com a sociedade, com o mundo e muito menos com Lula. O presidente brasileiro, aliás, verbalizou pela primeira vez a ideia de que se faça uma nova eleição no país vizinho. A ideia de um novo pleito foi a estapafúrdia saída que Celso Amorim levou ao Planalto para resolver a situação por lá. Tem origem na Colômbia. É mais ou menos como ser roubado e dar uma nova chance para o ladrão, mesmo que ele não tenha se arrependido.
Ideia estapafúrdia
Alguém precisa perguntar ao Celso Amorim o que será feito caso Maduro perca outra vez e suma com os resultados de novo. Se a melhor de três não der certo, farão melhor de cinco? Ou repetem eleições até que uma dê a vitória a Maduro. Alguém já pensou o que aconteceria no Brasil, em 2022, caso alguém aparecesse com a proposta de fazer uma nova eleição, sabe-se lá, porque a primeira foi muito apertada ou porque Bolsonaro não aceitava o resultado? Estaria tudo bem para Lula e o intrépido Amorim?