Opinião

É um triste retrocesso a decisão de Bolsonaro de recriar Ministério do Trabalho

Tomara que o próximo retrocesso não seja o da recriação do imposto sindical. Confira os destaques de Cláudio Humberto para esta sexta-feira (23)

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 23/07/2021 às 7:06 | Atualizado em 23/07/2021 às 7:07
MARCOS CORREA/PR
Jair Bolsonaro, presidente da República - FOTO: MARCOS CORREA/PR

Recriação do Trabalho

É um triste retrocesso, do ponto de vista da gestão pública, a decisão do presidente Jair Bolsonaro de recriar o Ministério do Trabalho, mesmo com nova denominação, Ministério do Emprego. Invenção demagógica do ditador Getúlio Vargas para acomodar políticos do PTB e cooptar sindicalistas loucos por sinecuras, ao ser extinto existia apenas para divulgar o Caged, números de empregos com carteira assinada. Tomara que o próximo retrocesso não seja o da recriação do imposto sindical. Em todo o mundo, o Ministério da Economia é o Ministério do Trabalho de fato: afinal, suas decisões afetam os empregos e o valor dos salários. A decisão de Bolsonaro custará caro. Em 2018, o Ministério do Trabalho teve despesas fixadas na LOA em R$90,5 bilhões. Para que mesmo? A recriação do Ministério servirá apenas para acomodar Onyx Lorenzoni, amigo e afilhado do presidente, que será demitido da Secretaria-Geral. Entregue pelo PT ao PDT, o Ministério virou alvo da Polícia Federal, que estancou a vigarice de venda de autorizações para criação de sindicatos.

Aplicadas 130 mi de 1ªs doses

O Brasil chega nesta sexta-feira (23) às 130 milhões de doses de vacinas aplicadas contra convid-19 em todo o território nacional. Desse total, 93 milhões de brasileiros já receberam ao menos uma dose, 4 milhões com a dose única da vacina Janssen, de acordo com os números da plataforma independente vacinaBrasil.org, que monitora a campanha de imunização. No começo da próxima semana já serão contabilizadas 100 milhões de primeiras doses aplicadas, cerca de 45% de toda população. Até agora, foram aplicadas duas doses em 32,4 milhões de pessoas, que, somadas às doses únicas, correspondem a 17,3% dos brasileiros. O Mato Grosso do Sul tem o melhor desempenho: já aplicou primeiras doses em 48% da população. E 30,5% já receberam as duas doses.

Achou pouco

Com 24,2% das intenções de voto em 2022 contra 52% de Bolsonaro, entre os catarinenses, Lula tem todos os motivos para se preocupar, mas foi Bolsonaro quem não gostou dos números. Acha que tem bem mais.

A viúva

O povão do SUS ajuda nos R$ 2 bilhões que bancam o rico plano de saúde do Banco do Brasil. Relatório da Secretaria de Controle das Estatais contabiliza 200 mil empregados no BB e 420 mil beneficiados.

Dados da Saúde

O Ministério da Saúde registra a distribuição de 165 milhões de doses de vacinas aos governos estaduais. Apenas na quarta-feira (21) foram aplicadas 1,7 milhão de doses em todo o País.

Passou e abriu

De todas as doses de vacinas aplicadas no Brasil, 47,1% do total é da Fiocruz/AstraZeneca, cerca de 10 milhões de doses a mais que a Coronavac, o imunizante chinês produzido em São Paulo pelo Butantan.

Por 27 anos

Após a volta do recesso parlamentar, o Senado realiza a sabatina do novo indicado do presidente Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal. André Mendonça. Ex-AGU, ele deve permanecer no STF por 27 anos.

Confortável

Reconduzido pelo presidente Jair Bolsonaro ao cargo de procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras teve sua primeira indicação, em 2019, aprovada no Senado por 68 a 10. São necessários 41 votos.

Frase

"Isso é inegociável. [As eleições] irão acontecer", Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, pré-candidato a presidente da República.

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