Maratona da diplomacia
Se deixou a desejar a agenda de encontros bilaterais do presidente Jair Bolsonaro em Nova York, o ministro das Relações Exteriores, embaixador Carlos França, ao contrário, enfrenta ritmo forte de tratativas diplomáticas. A começar pelo encontro, ocorrido nessa terça (21), com o secretário de Estado do governo Joe Biden, Antony Blinken. Ele terá importante reunião também do G4 (Alemanha, Índia e Japão), países que apoiam uns aos outros para ingressar no conselho permanente de segurança da ONU. Os encontros bilaterais do ministro brasileiro, nesta quarta (22), em Nova York, devem incluir chanceleres da Eslovênia, Índia, Bolívia e Cingapura. França conversará, na quinta (23), com colegas do Peru, Costa Rica, Moçambique e Jamaica e toma café com chanceleres ibero-americanos. Encontros entre representantes de governos mostram que o Brasil se mantém relevante e influente nas tratativas internacionais. Apesar disso, a agenda de Bolsonaro em Nova York foi considerada vazia de compromissos oficiais, durante sua permanência na cidade.
3º que mais vacina em setembro
O discurso de Jair Bolsonaro na ONU ganhou os holofotes, mas o presidente perdeu a chance de desmentir a fake news recorrente, difundidas principalmente no Brasil, desqualificando o ritmo nacional de vacinação. As mais de 30 milhões de doses aplicadas só em setembro, segundo plataformas de monitoramento independentes, inclusive estrangeiras, colocam o Brasil atrás apenas de Índia e China. Esse desempenho supera todos os 27 países da União Europeia somados. Os 27 países que compõem a União Europeia aplicaram 21,6 milhões de doses, segundo o Our World in Data. Nos EUA, foram apenas 16 milhões. Países que somam quase 3 bilhões de pessoas, Índia e China aplicaram 167 milhões e 110 milhões de doses em setembro, respectivamente.
Faltou camomila
A lacrolândia nacional foi à loucura quando Bolsonaro ocupou a tribuna da assembleia geral da ONU, ontem (21). As manchetes em alguns sites no Brasil só não usaram palavrões para se referir ao presidente. Ainda.
A ajuda
O ministro Wagner Rosário (CGU) informou que o governo federal transferiu mais de R$ 120 bilhões para estados e municípios combaterem pandemia. Parte desses recursos foi afanada. Falta a CPI investigar.
País indígena
Bolsonaro desmentiu a velha mentira sobre o "desamparo" das populações indígenas. Ele contou que os indígenas são proprietários de 14% do território brasileiro, "mais que Alemanha e França somadas".
Futuro é aqui
Uma das boas novas de Bolsonaro em seu discurso na ONU estava na frase "o futuro do emprego verde é no Brasil", sobre as oportunidades abertas para a exploração sustentável dos recursos naturais.
Ciência roubada
Operação da Polícia Federal desbaratou um esquema que, entre 2015 e 2020, desviou dinheiro público para pesquisa científica na Universidade de Brasília e no CNPq, onde mais reclamam da "falta de apoio à ciência".
Escolha clara
Relatório do ministro Bruno Dantas (TCU) revelou que o benefício de um investimento no Bolsa Família é até 12 vezes mais eficiente para classes de menor renda comparado ao efeito da desoneração da cesta básica.
Frase
"Apoiamos a vacinação" - Presidente Bolsonaro, na ONU, ao afirmar que é contra apenas o "passaporte" sanitário.
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