OPINIÃO

Demissão de secretários do Ministério da Economia reforça expectativa de demissão do próprio Paulo Guedes

Guedes trava queda de braços com ministros da área social. O gestor da Economia era contra aumentar benefícios sociais. Leia a opinião de Cláudio Humberto

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 22/10/2021 às 6:52
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Jair Bolsonaro, presidente do Brasil e Paulo Guedes, ministro da Economia - FOTO: Foto: AFP

Saída de Guedes no radar

A demissão de dois secretários e dois adjuntos do Ministério da Economia, nessa quinta (21), reforçou a expectativa de demissão do próprio Paulo Guedes. As apostas no governo são de que ele pode sair "atirando", como o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, acusando o governo de se render ao populismo. Ele está amuado desde sábado (16), quando o presidente Bolsonaro o chamou e disse em tom grave: "Paulo Guedes, decidi que o valor do benefício será de 500 reais por mês, no mínimo 400. Se você não gostar, paciência. A decisão está tomada". Bolsonaro achava que Guedes se demitiria tão logo fosse comunicado da decisão, mas o ministro não reagiu. Apenas balbuciou um "sim, senhor". Guedes trava queda de braços com ministros da área social. Ele era contra aumentar benefícios sociais. Bolsonaro atuou como juiz da briga. A admiração de Bolsonaro por Guedes foi minada pela incapacidade ou desinteresse da equipe econômica de viabilizar o Auxílio de R$ 400. Apesar de não haver pedido demissão, como se temia, no Planalto poucos apostam que Guedes permaneça muito tempo no governo.

Aneel premia as distribuidoras

As distribuidoras já devem ter concluído não ser necessário satisfazer a clientela, um dos primados do capitalismo, e sim os amigos da "agência reguladora" Aneel. A julgar pelos aumentos abusivos que conseguiram nas contas de luz, bem acima da inflação, a turma da Aneel deve estar muito feliz com a má qualidade dos seus serviços. Aumentaram as tarifas em Goiás (16,75% em média), São Paulo (12,4%) e Brasília (11,1%). Consumidores residenciais goianos pagarão 16,4% a mais pelos serviços ruinzinhos da Enel. Já os consumidores de alta tensão, mais 14,2%. A Neoenergia conseguiu o impossível: os brasilienses sentem saudades da antiga estatal CEB, após restabelecer os apagões e "pisca-piscas". A Neoenergia prometeu investir R$200 milhões anuais na CEB. Ontem, a Aneel explicou que o aumento ignóbil é para "remunerar investimentos".

Ideia indigente

O pré-candidato Rodrigo Pacheco teve a mais inútil das ideias: "mediar" reunião entre Petrobras e estados que se beneficiam dos aumentos selvagens de combustíveis. Seria mais ou menos a reunião da navalha com a faca afiada, para discutir formas de avançar no nosso pescoço.

Volta do horror

O STF declarou "inconstitucional" o sistema de sucumbência da reforma trabalhista. Teremos a volta da enxurrada de ações que afujentam empregadores. E da indústria de indenizações rimando com extorsões.

Insegurança

Chocado com a decisão do STF que fere de morte a reforma trabalhista, o deputado Alexis Fonteyne (Novo-SP) desabafou nas redes sociais: "recriaram o pântano de insegurança jurídica da justiça trabalhista".

Olha a ideia

Relatado por Alice Portugal (PCdoB-BA) na Câmara, projeto exótico de Humberto Costa (PT-PE) limita alunos por salas em escolas públicas, como se fossem abundantes. Mas estudos "são inconclusivos", diz ela.

Alcolumbre?

A Comissão de Relações Exteriores do Senado finalmente aprovou a indicação de cinco embaixadores brasileiros para o Haiti, Peru, Uruguai, Nicarágua e Congo. Algumas estavam paradas desde julho.

Fruto da covid

Especialista em litígio envolvendo transporte marítimo, o advogado Larry Carvalho disse que o setor vive uma "tempestade perfeita" com pouco tráfego, custo recorde e falta de contêineres, que levaram o Brasil a deixar de exportar US$ 500 milhões nos últimos meses, apenas em café.

Frase

Nós decidimos passar todos para, no mínimo, R$ 400" - Jair Bolsonaro ao reafirmar o valor do novo Bolsa Família para 16 milhões de pessoas

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