Coluna Cláudio Humberto

Aprovação da PEC dos Benefícios é vitória expressiva na Câmara

Vitória para o governo Bolsonaro e também para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que, com a atuação fundamental, conseguiu para a PEC apoio maior que o impeachment de Dilma

Cláudio Humberto
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Publicado em 14/07/2022 às 7:29
Elaine Menke/Câmara do Deputados
Recondução de Lira à presidência da Câmara é praticamente certa - FOTO: Elaine Menke/Câmara do Deputados

A votação de 469 votos favoráveis à PEC dos Benefícios, que vai estender auxílios à camada mais pobre do país e criar vales para setores atingidos pela disparada nos combustíveis, é vitória expressiva para o governo Bolsonaro e também para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que, com a atuação fundamental, conseguiu para a PEC apoio maior que o impeachment de Dilma e até que a proposta (muito popular) de tornar obrigatório o pagamento das emendas dos parlamentares.

Só 14 deputados votaram contra a PEC dos benefícios. Segundo o deputado Eder Mauro, toda a oposição poderia ter votado contra. Em 2016, no impeachment da petista Dilma Rousseff, "apenas" 367 deputados federais votaram por cassar o mandato da então presidente. Em 2019, sob Rodrigo Maia, 448 deputados votaram a favor da PEC do orçamento impositivo que, na prática, facilita o acesso a verbas públicas. No segundo turno, em 2019, Maia conseguiu que 453 deputados votassem a favor. Apenas seis votaram contra.

Briga

Sem coragem para votar contra a PEC dos Benefícios, o PT aproveitou para ficar no discurso. Chegou a até sabotar o regimento interno com a inscrição de fala de petistas entre os deputados que apoiariam a PEC.

Congresso aquece motores

Após duas semanas de votações intensas, incluindo a PEC dos benefícios, lei de diretrizes orçamentárias, entre outros projetos, o Congresso terá duas semanas de recesso. A lei determina que a folga do meio do ano comece dia 17, mas, na prática, as férias deste ano também sinalizam o início não-oficial da campanha eleitoral. O retorno ao trabalho está previsto para 1º de agosto, mas o ritmo será baixo até outubro. Até a eleição, Câmara e Senado vão realizar "esforços concentrados", quando o parlamentar trabalha quatro ou cinco dias seguidos. A curta campanha de um mês e meio em agosto e setembro transformou o recesso parlamentar de julho no pré-aquecimento eleitoral oficial. Segundo o calendário da Justiça Eleitoral, as campanhas são liberadas apenas a partir de 15 de agosto. São cerca de 45 dias até o 1º turno.

Ausência

Entre as muitas "inverdades", o pré-candidato do PT Lula fez apelo honesto a seus apoiadores no primeiro discurso de campanha que proferiu em Brasília, ontem (13): "nós temos que nos multiplicar na rua".

É investigado

A "falha" nos dois sistemas de votação da Câmara durante o primeiro turno da PEC foi grave: derrubou o
sistema interno, o site da Câmara e até o aplicativo InfoLeg, que mantém informações em tempo real.

Gostinho

O Ministério Público Eleitoral ajuizou, apenas no Piauí, 78 ações pela suspensão de diretórios regionais de partidos políticos que tiveram as contas (financeiras ou de campanha) julgadas como não prestadas.

Comandante

Tem nome e sobrenome aquele que pegou o touro a unha e levou a Câmara dos Deputados a uma das votações mais expressivas da História, aprovando a PEC por 469 a 17: seu presidente, Arthur Lira.

Articulação

Apesar de ter confirmado que agora é pré-candidato a senador no Paraná, Sergio Moro (UB) ainda corre risco de ficar de fora da disputa eleitoral. E este ano já foi pré-candidato a dois cargos diferentes.

Frase

"Não existe apoio grátis, vale mortadela, vale maconha". Deputada Bia Kicis ao criticar apoio de artistas a Lula em troca da liberação das drogas

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