O 2º turno na Bahia e no Rio Grande do Sul colocou dois candidatos em situação delicada. ACM Neto (União) disputa contra o PT, mas até agora não declarou apoio a Bolsonaro mesmo sabendo que nada tem a perder, só a ganhar. E ainda faz pose de oposição, temendo a alta popularidade de Lula no Estado. Já Eduardo Leite (PSDB), disputa o governo contra o favorito Onyx Lorenzoni (PL) e reluta em apoiar Lula em um Estado de maioria bolsonarista, que não entenderia seu vínculo a velhos inimigos.
Em ambos os casos, a avaliação é que declarar voto para Bolsonaro na Bahia ou a Lula nos pampas os faria perder mais votos que ganhar. A diferença entre Jerônimo (PT) e ACM no 1º turno foi de 700 mil votos, exatamente a votação recebida pelo candidato bolsonarista João Roma.
ACM Neto não quer dar o braço a torcer a Roma, seu antigo chefe de gabinete, com quem rompeu, nem a Bolsonaro, de quem se afastou. Entre os gaúchos, Leite ficou apenas 2,5 mil votos à frente de Edegar Pretto (PT), mas se atrair os petistas pode virar o jogo contra Onyx.
TSE ignora princípio da anualidade para eleições
A justiça eleitoral sempre prezou, até 2022, pela previsibilidade nas eleições e apenas regras aprovadas no mínimo um ano antes do pleito valem. Era o princípio da anualidade. Agora, o próprio TSE, em pleno ano eleitoral, estabeleceu novas regras como unificação do horário da votação e outros detalhes como código de vestimenta para mesários ou prender quem denunciar possíveis erros e falhas na urna eletrônica.
A unificação do horário de votação foi criada pelo TSE em uma sessão administrativa de dezembro de 2021, ignorando princípio da anualidade. Com a unificação, aprovada na gestão de Luís Roberto Barroso, eleitores do Acre são os mais prejudicados e só puderam votar até 15h.
Malabarismo jurídico
Restrição do porte de armas e entrega de celular foram outras medidas determinadas antes de um ano com as interpretações criativas do TSE.
Sintonia com a cidade
O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o "JHC", deixou o PSB para se filiar ao PL e apoiar a reeleição de Bolsonaro, fiel aos munícipes que deram ao presidente a única grande vitória em uma capital nordestina.
O cara do futuro
Fenômeno que conquistou quase 1,5 milhão de votos, em Minas Gerais, o jovem deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL), terror de quem ousou medir forças com ele nas redes sociais, é a cara do futuro.
Acabou no Irajá
Eleito deputado em 2018 pelo DF, Luis Miranda (Rep) virou oposição ao governador Ibaneis Rocha e inimigo de Bolsonaro. Mudou-se para São Paulo e deu vexame: 9 mil votos. Não seria suplente nem de vereador.
Caminho
Sobre a eleição no Brasil, o New York Times agora diz que Bolsonaro já pareceu estar "condenado" na eleição, mas no segundo turno há "um caminho para a reeleição para o político de direita".
História tem
Empresário que doou R$600 mil à campanha de Lula (PT), Altair Vilar já foi alvo de ação de perda de mandato movida pelo próprio PT por infidelidade, quando ele deixou o partido de Lula pelo PSB.
Fôlego renovado
O deputado Acácio Favacho (MDB-AP) ganhou moral na reeleição. Um dos mais votados em seu Estado, teve fôlego eleitoral para puxar mais um. Com isso, o MDB do Amapá volta ter bancada na Câmara.
Campeão de votos
Deu as caras na Câmara, esta semana, o segundo deputado federal mais votado de Goiás, Gustavo Gayer. Ele foi perseguido por sua filiação ao PL e apoio a Bolsonaro, mas no fim de tudo somou 200.586 votos.
Brasileiros lá fora
Em 2018, quase 60% dos brasileiros que vivem no exterior não apareceram para votar. Este ano a falta de eleitores diminuiu para 56%, mas a tendência é que aumente consideravelmente no segundo turno.
Pensando bem...
...do alto do carro de som, Lula inventou a "caminhada" em que não se dá um passo sequer.
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