O presidente do TSE poderia explicar sua decisão, se fosse este um hábito de Alexandre de Moraes, de suspender as investigações das pesquisas eleitorais que apresentaram indícios de manipulação, no primeiro turno. Ele havia dito a jornalistas no dia 2 de outubro, antes da surpresa dos resultados, que pesquisas não são da seara da Justiça Eleitoral. "O TSE só registra as pesquisas", disse. Agora mudou de ideia para enterrar as investigações alegando "usurpação de competência".
"Se houve diferenças entre os números da pesquisa e o resultado das eleições, quem deve explicar isso são os institutos", disse ele no dia 2. Além de vetar a apuração, Moraes quer tornar investigados por suposto "abuso de poder político e desvio de finalidade" os que apuravam fatos.
Moraes usou "poder de polícia", conferido ao TSE pelo próprio TSE, em uma resolução de setembro de 2021, usando brecha no Código Eleitoral Questionado sobre qual entendimento está em vigor, do dia 2 ou do dia 13, e sobre se irá investigar as pesquisas, o ministro não respondeu.
Crimes sexuais de ex-prefeito não serão apurados
Os políticos continuam batendo um bolão na Justiça, como no caso do ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD). Pela segunda vez em quatro anos, ele obteve decisão do Tribunal de Justiça do Mato Grosso trancando qualquer investigação de três crimes sexuais dos quais é acusado. A primeira decisão do TJMS ocorreu em 2018, mas os detalhes sórdidos do processo continuam guardados a sete chaves, sob "segredo de Justiça". E as vítimas com a sensação de impunidade. O TJMS ignorou jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: a palavra da vítima tem "especial valor probatório, quando coerente e verossímil". O detalhe é que foi unânime a decisão da 3ª Câmara Criminal do TJ trancando os inquéritos e livrando Trad da rebordosa.
Políticos
O deputado Capitão Contar, candidato ao governo do MS, saiu da posição de denunciador de Marquinhos Trad para seu aliado no 2º turno.
Crimideia
A produção do site Brasil Paralelo é verdadeira, mas foi censurada porque os ministros, para atender o PT, concluíram que "o cidadão não está preparado" para "desordem informacional".
Tal e qual
Essa história de que o povo "não está preparado" faz lembrar alegações frequentes do regime militar, adiando a redemocratização porque "o povo não está preparado para democracia".
É ou deixou de ser?
O cientista político Paulo Kramer ironizou recentes decisões de censura da Justiça Eleitoral: "Se a justiça proíbe que se chame um ladrão de ladrão, ele deixa de ser ladrão, ou não?"
Prioridade
Reeleito pelo Mato Grosso, José Medeiros (PL) confirmou que "dia 3 de fevereiro" protocolará no Senado pedido para apreciar impeachment de Alexandre de Moraes. "Ele se tornou um perigo para a estabilidade", diz.
Outro mundo
O senso lógico do presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, já foi melhor e hoje virou motivo de piada nas redes ao afirmar que o voto do Brasil contra anexação de territórios ucranianos pela Rússia deixa "evidente" que Jair Bolsonaro "tem um acordo com o imperialismo" americano.
'Especialistas' erraram
Estudo publicado na revista científica Human Reproduction aponta para uma queda de 14% na taxa de natalidade durante a pandemia no Reino Unido, contrariando todas as expectativas dos tais "especialistas".
Não tem o que celebrar
A três semanas das eleições legislativas e estaduais nos EUA, o site The Lever aponta que menos de 7% da verba para propagandas do partido Democrata, do presidente Joe Biden, foram para tratar de economia. Quase 40% da grana foi direcionada para anúncios que tratam de aborto.
Recorde bem-vindo
Dados da Amcham Brasil revelam que o comércio entre Brasil e EUA subiu 36% e atingiu US$67,3 bilhões de janeiro a setembro. A previsão é ultrapassar a marca inédita de US$80 bilhões até o final do ano.
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