Gastos fora da curva continuam inspirando a pergunta “quem fiscaliza o Tribunal de Contas da União?” Não por acaso. O TCU torrou quase R$ 3 milhões (exatos R$ 2.976.980,64) em um evento para 800 pessoas no Rio de Janeiro.
O convescote ocorreu no mês passado, entre os dias 8 e 11. O órgão de controle não poupou gastos, bancando bebidas, jantares, ornamentação e presentes para os convidados.
Há ainda outros registros de pagamentos com festança e eventos promovidos pelo TCU.
Roteiro
A agenda do evento foi recheada de coffee break, almoços, jantares, recepções, cerimônias e coquetéis.
Vida Boêmia
O TCU parece gostar de festas. Também em novembro, uma Una Comunicação levou quase R$84 mil para fazer “eventos receptivos”.
Diga X
Um mês de trabalho fotográfico no TCU gerou despesas de R$27.767,32. O contrato previa cobertura de eventos institucionais.
Fatura pendente
O TCU terá que explicar à Comissão Mista de Orçamento mordomias como telefone e TV a cabo para os ministros, contrariando a lei.
Lula ignora petistas históricos e gera mágoas
O presidente eleito Lula já sofre críticas internas de facções do PT por prestigiar derrotados ilustres, como Fernando Haddad, e deixar para trás aliados de fidelidade canina, até com mandato.
Poucos simbolizam tanto isso quanto o senador Humberto Costa (PE).
Ele tinha a expectativa de retornar ao Ministério da Saúde, mas Lula contou a lorota de que não queria desfalcar o PT no Senado e convidou Nísia Trindade, que não é médica e ainda integra o governo de Bolsonaro, presidindo a Fiocruz.
Lorota tem pernas curtas
Camilo Santana na Educação e Wellington Dias no Desenvolvimento Social expõem a lorota de Lula sobre “não desfalcar o PT no Senado”.
Quando caiu em desgraça
Os problemas iniciaram quando, questionado sobre os casos na Saúde, Costa sugeriu a Lula que perguntasse a José Dirceu e Delúbio Soares.
Rebordosa que não cessa
Desde então Costa é preterido no PT. Lula barrou sua candidatura a prefeito do Recife, em 2004, para favorecer o PSB de Eduardo Campos.
Sem perigo de dar certo
Seria divertido, não fosse trágico, observar uma dezena de futuros ministros convidados para chefiar ministérios que não existem. Sem fazerem a menor ideia sobre estrutura, número de cargos etc.
Moser favorita
Sem se reeleger, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que pagava até tapioca com cartão corporativo, espera ser chamado de volta para o Ministério do Esporte. Mas a favorita é a ex-atleta de vôlei Ana Moser.
Luxo de ladrão
Em prisão domiciliar por obra do STF, o ladrão confesso Sergio Cabral reprovou o apartamento de luxo com vista para o mar de Copacabana. Quer outro, ainda mais luxuoso, com vista para a praia do Leblon.
Te cuida, Scania
Após punir no bloqueio de rodovias o perigoso “caminhoneiro” Consórcio Rodobens, o STF certamente está de olho na Scania com o aumento de 65%, no 3º trimestre, do emplacamento dos caminhões que produz.
Pelas beiradas
O anúncio do futuro comando do Ministério do Planejamento, que subiu no telhado na última leva de ministros de Lula, pode acabar trazendo um nome do União Brasil, que aceita a pasta também preterida pelo MDB.
Pra torcida
Futuro ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida é filho do ex-goleiro Barbosinha. Na década de 60, Barbosinha jogou defendendo o escudo do Corinthians, time do presidente eleito Lula.
‘É nóis’
Teve até vaquinha de araque o “Festival do Futuro”, festa petista na posse de Lula, dia 1º. Mas a verdade é que os gastos serão quase integralmente bancados pelo pagador de impostos.
Custo/benefício sofrível
Soma cerca de US$8 milhões (equivalentes a R$40 milhões) o custo de cada deputado federal e senador do Brasil. É o segundo parlamento mais caro do mundo. Nos Estados Unidos, país rico, custam US$9 milhões.
Pensando bem...
...petistas ainda confundam posse com propriedade.
PODER SEM PUDOR
Pleonasmo nos olhos
Político tão esperto quanto simplório, Benedito Valadares era governador de Minas quando encontrou na antessala de Getúlio Vargas o ministro da Educação, Gustavo Capanema, que estranhou seus óculos escuros.
“É uma conjuntivite nos olhos”, explicou Valadares. O ministro reagiu, professoral: “Benedito, isso é pleonasmo!”
Valadares ignorou a observação e entrou para falar com Vargas.
O presidente também estranhou os óculos escuros. Ele contou: “Presidente, o médico lá em Minas disse que era uma conjuntivite nos olhos, mas o Capanema, que quer ser mais sabido que os médicos, me disse que é um pleonasmo!...
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Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos
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