Consumidor prioriza valor das parcelas

Publicado em 02/10/2012 às 1:31
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Detalhe da ilustração de Miguel/JC Na hora de fazer uma compra a crédito ou contratar um financiamento, você olha se as parcelas cabem no seu bolso? E os juros também? Pois saiba que 30% dos brasileiros de todas as classes avaliam primeiro se conseguem pagar o parcelamento, segundo estudo do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Por conta desse comportamento, muitos endividados acabam se tornando inadimplentes, pois perdem o equilíbrio das contas. Em segundo lugar, aparecem os cuidados com os juros (22%), seguidos do grupo que só considera o total de parcelas (15%) e do que observa a diferença em relação ao valor à vista (11%). O levantamento do SCPC explica que ao tomar um empréstimo, duas variáveis devem ser consideradas: o valor das parcelas e o prazo. Com esses dados, o consumidor pode calcular quanto vai pagar para saldar o empréstimo. Sem levar em consideração essas questões, o consumidor faz uma avaliação parcial das condições oferecidas. Apesar do dinheiro ainda ser a principal forma de pagamento na compra de produtos e serviços para a maioria dos brasileiros (65%), 21% dos consumidores já utilizam o cartão de crédito como principal forma de pagar a conta. E em consequência desse comportamento, de priorizar as parcelas que cabem no bolso, muitos consumidores acabam escolhendo a conta mais alta. E o descontrole dos gastos é apontado por 29% dos consumidores como o principal motivo para a inadimplência. “Os novos consumidores aprenderam depressa que o crédito é desejável, até indispensável, mas é preciso que o planejamento se torne habitual na vida dos cidadãos. Não é simplesmente ampliar a oferta de crédito e esperar que os consumidores encontrem de forma isolada um ponto de equilíbrio”, indica o presidente da Boa Vista Serviços, administradora do SCPC, Dorival Dourado. Outra prática perigosa para o bolso é ter vários cartões de crédito. O servidor público Ezaú Luiz Monteiro da Silva representa muito bem o que muitos consumidores acabam fazendo quando têm acesso facilitado ao crédito. “Em 2008, comecei a fazer cartões de crédito com minha esposa.” Numa conta rápida, o servidor lembra de ter adquirido pelo menos oito cartões, até que por volta de 2010 se perdeu nas dívidas. “No início, a gente tinha controle. Até que começamos a sair muito, a viajar, ir para shows, restaurante. Chegamos a ficar com uns R$ 5 mil de débito e com os cartões bloqueados”, conta. Com parte das dívidas quitadas, Ezaú ainda está pagando contas e revela que a experiência serviu de tratamento de choque. “Se os cartões não tivessem sido bloqueados, continuaríamos usando. Não vou deixar de consumir, mas vou cancelar alguns cartões. Pretendo ficar com uns dois para compra de roupa e dois de bandeiras diferentes para compras maiores, como algo para casa, um conserto de um equipamento, a manutenção do carro. Já a compra de supérfluos, será à vista.”

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