Foto: Agência Brasil
A associação de consumidores Proteste pediu a retirada de lotes do pó de café Melitta e da farinha de trigo Sol do mercado por causa de infrações às normas da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em análise independente em laboratórios, foram encontrados fragmentos de roedores e insetos.
Para fazer o levantamento, a Proteste usou como base o regulamento técnico RDC 14/2014, da Anvisa, que estabelece requisitos mínimos para avaliação de matérias estranhas macroscópicas e microscópicas em alimentos e bebidas, assim como seus limites de tolerância.
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No lote A 020317 4 T2 S1 TR do café Melitta, a Proteste encontrou um inseto inteiro morto na amostra. Segundo a associação, a legislação não prevê a presença de insetos inteiros no pó de café. O máximo permitido no pó de café, por exemplo, são 60 fragmentos de insetos em 25 gramas do alimento. Isso mostra que pode ter havido falhas no processo de produção, manipulação ou armazenamento do produto.
Já no lote nº 042017 109/17 da farinha de trigo Sol, os testes detectaram um fragmento de pelo de roedor. No caso da farinha de trigo, a legislação permite 75 fragmentos de insetos em 50 gramas do alimento.
A Proteste afirma que está na luta por uma legislação mais rigorosa em relação à presença de matérias estranhas nos alimentos oferecidos aos consumidores. Na prática, pedimos a revisão do regulamento técnico da Anvisa que trata desse assunto (RDC 14/2014).
RESPOSTAS
Melitta
Em relação aos testes realizados pelo Instituto Proteste com um lote especifico do café em pó Tradicional embalagem Pouch 500g da Melitta do Brasil, a empresa afirma que desconhece os procedimentos utilizados para o teste dos produtos e reitera que prima pela qualidade, atende e respeita todas as regras da legislação aplicada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A marca tem como prioridade entregar a excelência no produto final e, para isso, possui diversos processos de controle, além de certificados que comprovam o alto nível de qualidade em seus processos, como o Selo de Pureza ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café), o Certificado ISO 9001 de gestão de qualidade, o Programa de Qualidade do Café da ABIC e o Programa de Boas Práticas de Fabricação.
A empresa afirma ainda que realiza análises periódicas com laboratórios independentes certificados e que em nenhum momento foram encontradas as irregularidades divulgadas pelo Instituto Proteste. Por respeito e responsabilidade ao consumidor, a Melitta do Brasil vai recolher o lote em questão para refazer as análises.
Sol
A J.Macêdo, fabricante da farinha de trigo Sol, tem laudos de laboratório credenciado pela ANVISA (anexos) que atestam não ter sido identificada nenhuma inconformidade no mês de produção indicado pelo número parcial de lote divulgado pela Proteste. O mesmo vale para os meses anteriores e posteriores ao fato, no que se refere à presença de materiais estranhos. A J.Macêdo tem contraprovas dos lotes de produção e já os submeteu a exame em laboratório externo credenciado pela ANVISA, a fim de resguardar e dar a seus consumidores a garantia de seu rigor em relação aos seus procedimentos de fabricação.
A J.Macêdo afirma com base no número parcial de lote divulgado pela Proteste que nenhum lote produzido no mês em questão apresentou problemas, de acordo com os laudos citados acima. A Proteste também não comunicou a sua metodologia de amostragem, nem condições de armazenamento e coleta e nem se o laboratório que executou o teste é credenciado pela ANVISA.
Todas as unidades da J.Macêdo seguem rígidos controles de qualidade e rotinas de análise sistemática, com procedimentos de boas práticas de fabricação e controle de pragas minucioso. Se por algum motivo um produto se apresente fora da especificação, o lote inteiro do qual ele faz parte é descartado, conforme as regras da ANVISA e as melhores práticas de segurança dos alimentos.
Confira os laudos disponibilizados pela empresa: