Começa, neste domingo, 21ª edição do Enem

Publicado em 04/11/2018 às 2:19
Presidente do Inep, Maria Inês Fini espera que o Enem não perca as vantagens que trouxe aos participantes, como o Sisu, Prouni e Fies. Foto: Agência Brasil
FOTO: Presidente do Inep, Maria Inês Fini espera que o Enem não perca as vantagens que trouxe aos participantes, como o Sisu, Prouni e Fies. Foto: Agência Brasil
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Presidente do Inep, Maria Inês Fini espera que o Enem não perca as vantagens que trouxe aos participantes, como o Sisu, Prouni e Fies. Foto: Agência Brasil Segunda maior avaliação do planeta (só perde para o vestibular chinês, chamado Gaokao), o Exame Nacional do Ensino Médio chega à 21ª edição neste domingo. Vinte anos depois da primeira prova, aplicada em agosto de 1998, com 115 mil candidatos, o exame, hoje com 5,5 milhões de inscritos, já foi feito por quase cem milhões de pessoas. Continua, desde a sua criação, de caráter voluntário. Mas passou a ser obrigatório, a partir de 2009, se o estudante desejar ingressar no ensino superior público, uma vez que pelo menos 130 universidades do País trocaram seus tradicionais vestibulares pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), plataforma coordenada pelo Ministério da Educação (MEC) que usa as notas da avaliação para preencher as vagas de graduações. É consenso que o exame passará em breve por mudanças, se a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio, atualmente em tramitação no Conselho Nacional de Educação (CNE), realmente for implementada. Considerada a ‘mãe’ do Enem, a atual presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini, conta que, na sua criação, “o Enem propôs-se como uma avaliação das estruturas de inteligência, considerando que só informação não resulta em conhecimento e que memória não é sinônimo de inteligência”, afirma. Ela concorda com a crítica de alguns educadores de que atualmente o Enem tem ditado o currículo do ensino médio, quando o correto deveria ser o contrário. “A equação foi invertida. Quem manda na avaliação é o currículo e não o contrário. Só é justo avaliar o que se ensinou”, diz Maria Inês. Para ela, até 2009 o Enem manteve seu formato original, “oferecendo uma avaliação que integrava componentes curriculares de forma interdisciplinar em cada um dos problemas propostos como questões de prova objetiva.” A presidente do Inep torce que o alcance do Enem não seja perdido. “Esperamos que, seja qual for seu novo formato, não se perca as vantagens que trouxe aos participantes, como o Sisu, Prouni e Fies”, observa. O Prouni é o Programa Universidade para Todos (Prouni), que disponibiliza bolsas de estudos para egressos de escolas públicas em faculdades privadas. O Fies é o Fundo de Financiamento Estudantil, o antigo crédito educativo. Para participar de ambos é preciso antes fazer o Enem.

RENOVAÇÃO

Para Maria Inês, a escola brasileira de educação básica precisa renovar-se. “Com a invasão da microeletrônica em nossa vida cotidiana, o acesso à informação tornou-se objetivo de muitas instituições além da escolar. A escola precisa renovar-se com professores bem capacitados, novas carreiras profissionais, novas dinâmicas de aulas presenciais e à distância”, ressalta. “Também metodologias ativas e atraentes que façam das crianças e jovens protagonistas da própria aprendizagem, valorizando a transmissão da herança cultural às novas gerações, mas reconhecendo e valorizando sujeitos ativos de sua própria aprendizagem”, complementa. “A sociedade mudou e hoje não basta à escola treinar crianças e jovens para memorizar respostas certas para problemas conhecidos, pois os problemas mudam constantemente. Precisamos ensiná-los a pensar à luz das ciências, da arte e da filosofia”, defende a presidente do Inep.

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